Partindo daquela velha premissa de que ninguém colhe frutos podres de uma árvore boa, nem frutos bons de uma árvore doente, porque o estado do fruto indica o estado da árvore, lembremo-nos que vida produz vida. O que conta é o que vocês são não o que dizem e fazem. Isso se comprova em nosso atos e nossas palavras.
Neste ano eleitoral, a sociedade brasileira poderá gerar um fruto podre, pode parir um monstro, com a eleição do Jair Bolsonaro para a presidência da República.
Jair Bolsonaro é fruto da banda doente da sociedade brasileira e, o que assusta não é a expressão dos 20% nas pesquisas eleitorais , mas , sem dúvida, o silêncio das urnas, o voto é secreto e como tal, poderá representar tudo de podre que a sociedade brasileira guarda em si, por não poder expressar para que todos possam ouvi-la.
O “bolsomito” é o silêncio o intrínseco que há dentro da sociedade brasileira e se esta gerar um fruto podre como tal, não me causará surpresa. Dono de um discurso de extrema direita, sem noção ao menos do que fala, sem ideia sobre economia, trabalho e desenvolvimento, diante da cultura e adepto da barbárie e das agressões aos negros, pobres, indígenas, homossexuais, o pseudo “mito” é tudo aquilo que muitas vezes representa a opinião de pais e mães de família, que por pura prudência mundana jamais ousariam externar além dos pensamentos.
No dia 07 de outubro, poderá acontecer aquilo que menos se espera, no silêncio eloquente das urnas, os brasileiros poderão externar os sentimentos que guarda dentro de si.
Quando falo em sentimentos, estou falando em algo que a sociedade, ao longo desta campanha odiosa, tem propagado pela imprensa, e sobretudo pela Rede Globo de Televisão, que o que é bom está lá fora, tudo que há de ruim resume-se aos vermelhos, ao PT , aos sindicatos, aos trabalhadores e os pobres, que fazem com que a vida pública torne-se um martírio, da criminalização da política pelo judiciário e o ministério Público.
Quando outubro chegar, aquele amigo que faz piadas sem graça, de negro expressará sua opinião nas urnas; aquele pai de família “de bem” que sai com travesti durante o final de semana e o agride com palavras para o público durante a semana, expressará seu remorso nas urnas; aquele vizinho que rouba a sua energia, sua água, mas que põe a culpa de todos os problemas no governo e nos políticos, expressará sua opinião também nas urnas, aquele cidadão, politicamente correto para sociedade e que internamente é homofóbico, racista, corrupto, odeia pobre e antipetista , representará o silêncio eloquente das urnas.
Rodrigo Coelho
Advogado
Pós-Graduado em Gestão Estratégicas de Políticas Públicas
Mestrando em Estado, Governo e Políticas
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