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POLÍTICA X BOM SENSO

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Segundo o dicionário Michaelis, dentre outros significados, “Política” pode ser compreendida como “arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados”; “aplicação dessa arte nos negócios internos da nação ou nos negócios externos”; “arte ou vocação de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido, pela influência da opinião pública, pela aliciação de eleitores etc”. Já a palavra “Democracia”, no mesmo dicionário, também é definida como “governo que respeita a decisão da maioria da população, assim como a livre expressão da minoria”.


O Brasil, por ser um país democrático, elegeu Bolsonaro como presidente. Tal fato não impede, nem pode ser capaz de regular a insatisfação da “minoria”, assim como também não pode impedir o arrependimento e a revolta daqueles que acreditaram no “MITO”. Aliás, segundo o autor romeno Mircea Eliade, um “mito narra como, graças às façanhas dos Entes Sobrenaturais, uma realidade passou a existir”. É sempre, portanto, a narrativa de uma criação.
Temos uma população (em sua minoria?) insatisfeita e um presidente que desconhece princípios básicos de bom senso e as definições de política e democracia descritas acima. O Estado é laico, mas parece que nosso “líder” também não se importa com isso.


Brasil tem os mesmos problemas há décadas? Sim, aqueles de sempre: educação, saúde e saneamento. Todos eles piorados pela corrupção que, de uns tempos prá cá, aparece cada vez mais no clã bolsonariano… Mas vamos deixando isso de lado porque são apenas “meninos”, não é mesmo?
Se um vírus absurdo se espalha pelo mundo numa velocidade incontrolável e o presidente debocha, minimiza… Ele está influenciando a opinião pública e os que não possuem oportunidade de informações sérias. Traduzindo: ele está agindo de forma POLITICAMENTE incorreta. (Criminalmente até, diriam alguns). 

Se a população tem que lutar contra o coronavírus com a falta de recursos, de emprego, de água para lavar as mãos, de álcool gel, de sabão… E o presidente não se importa em contrariar as orientações da Vigilância Sanitária, da ONU, do RESTO DO MUNDO… Mais uma vez, ele desconhece uma das definições de “Política”: “arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados”.
Claramente, podemos perceber que o “mito” deixou de ser apenas uma “narrativa da criação” e, efetivamente, passou a existir. Se o “mito” agir de forma que o prejudique, somente… Vá lá! Mas entra na conta toda uma população, especialmente os menos favorecidos. E aí, voltamos a falar sobre a definição de “democracia” – que nos permite a livre expressão.
Talvez não sejamos mais a “minoria”.


O Estado é laico. O povo não.
Cada um com sua fé… Roguemos a Deus que nos ilumine e receba com bons ouvidos os sons dos baticuns das panelas. Por algum lugar, o impeachment tem que começar.


Não sou de nenhum partido. Se um político é bom, independente de ser de direita, esquerda ou centrão… Bato palmas. Sou apenas uma bacharela em Relações Internacionais, graduanda em História e em Letras, mulher com neurônios pensantes, sempre atenta a tudo e a todos. E é justamente por estar muito atenta, que espero ardentemente pela minha vez de esticar meu bracinho para tomar a vacina!


Fayga Cabral
Fayga Cabral
Carioca, torcedora do Flamengo e do Bahia, vivendo em Salvador desde 2013. Analista de Redes em Mídias Sociais, Bacharela em Relações Internacionais. Depois que quarentou, resolveu ser estudante de História e de Letras. Ninguém é obrigado a ter um só caminho, uma só direção, uma só opinião.

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