“Não é todo mundo que tem carro próprio e dinheiro pra ir fazer teste em farmácia ou posto de saúde de outra região”
O Brasil vive um nova onda de Covid-19. De acordo com especialistas, a realização de exames em massa é a melhor estratégia para conter a transmissão da doença. No entanto, a Prefeitura de Salvador parece não entender dessa forma. O Complexo Nordeste de Amaralina com a uma população estimada em aproximadamente 100 mil pessoas é ignorado pela administração municipal e não disponibiliza ponto de testagem. Os moradores do Nordeste, Vale das Pedrinhas, Chapada do Rio Vermelho e Santa Cruz, que porventura precisem fazer o teste, precisam se deslocar para outras localidade.
Para a assistente social, moradora do Nordeste de Amaralina, Patrícia Andrade, a grande extensão do Complexo por si só justifica a implantação de um ponto de testagem:
“Necessitamos que seja viabilizado a testagem também aqui no nosso bairro devido o extenso território composto por 4 bairros, principalmente para o controle da doença, haja vista que é possível diminuir a incidência de transmissão caso a pessoa seja positivado”.
Para a produtora cultural e comunicadora, Adrielle do Carmo “para um complexo de bairro com mais de 150 mil pessoas tinha que ter no mínimo 2 pontos que realizem testarem de covid e influenza”.
“A pessoa com suspeita e sem muita opção de transporte privado vai ter que pegar coletivo, colocando outras pessoas em risco e tendo um desgaste físico maior. Só quem já teve suspeita de Covid-19 sabe o quão é difícil se locomover e não é todo mundo que tem carro próprio e dinheiro pra ir fazer teste em farmácia privada ou posto de saúde de outra região”, explica.
Opinião parecida tem o advogado, Jackson Brito:
“Não é razoável uma região populosa como o Nordeste de Amaralina não possuir um posto de testagem rápida para a comunidade, onde várias pessoas todos os dias saem para a labuta diária em vários outros bairros, tendo contato com várias pessoas em todos os meios de transportes ônibus, metrô, veículos de aplicativos, fazendo circular o Covid-19 e suas mutações. Aliás no Nordeste de Amaralina falta o olhar dos secretários das mais variadas pastas como a da saúde onde no posto falta remédios e até mesmo preservativos”.
Atualmente, a Bahia tem 4 mil casos ativos da doença (em dezembro eram 2 mil) e 300 pessoas internadas em UTI. A taxa de ocupação dos leitos de UTI na capital baiana está em 68%. No caso das UTI pediátricas, 95%.
Números – De acordo com dados da própria Secretaria Municipal de Saúde, desde o inicio da pandemia, foram registrados 6.710 casos na região, sendo 3.800 na Santa Cruz; 2.510 no Nordeste; 266 no Vale das Pedrinhas; e 134 na Chapada do Rio Vermelho. Soma-se a esses números os 913 no bairro de Amaralina.
Com a palavra a Prefeitura de Salvador.