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Moradores do Nordeste de Amaralina  mantém viva devoção à Santo Antônio.

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Há mais de 17 anos moradores da Olaria rendem homenagens a Santo Antônio e Ogum.

A fé no “santo casamenteiro”, como também é chamado Santo Antônio, é tradição na casa da família Borges. A devoção começou na década de 80, quando o casal, hoje morador da Olaria, ainda residia na rua da Mangueira no Nordeste,

Everaldo Borges mantém vivo nas suas lembranças o inicio da tradição, que é transmitida de geração em geração: “Tinha uma vizinha que rezava treze noites e minhas duas irmãs que já eram adultas ajudavam às rezadeiras a puxarem os cânticos. Dali saíam pelo bairro em duas ou três casas e eu ali admirando. relembra.

De acordo com o devoto, depois de um tempo a rezadeira faleceu e suas irmãs assumiram o legado: “Com a morte dela, minhas irmãs, que já tinham experiência, pois a acompanhavam há anos, foram escolhidas para sucedê-la. Não demorou e eu passei a ajudar nos cânticos”,  explica.

 Everaldo tomou gosto pela coisa  e fez uma promessa: “Fiquei encantado e disse  que um dia quando fosse adulto iria seguir com essa tradição”.

Hoje, com seus 53 anos, Borges assume os preceitos com ajuda da nova geração da sua família, amigos e vizinhos: “Minhas irmãs atualmente são evangélicas, seguiram outro rumo, e o comando da oração passou para mim”, se orgulha.

O evento possui uma data especial no calendário dos moradores da Olaria. A festa ganhou um espaço no estabelecimento da sua esposa, no Point da Morena: “Eu faço na rua com apoio dos vizinhos e dos amigos .Faço a ornamentação, no dia da festa peço o apoio dos convidados”, explica.

Como em toda reza de Santo Antônio o evento é sinônimo de fatura. As mulheres trazem uma bandeja de comida típica e os homens trazem um litro de licor. Toda essa comida e bebida fica a disposição da comunidade.

 “Eu fico super feliz pela preservação das nossas raízes culturais até para que as futuras gerações possam acompanhar e saber como é importante nossas tradições nordestinas. Somos um povo rico culturalmente, principalmente aqui no nosso bairro”, comenta Felipe Eduardo, participante do evento.

Sincretismo –  Com o intuito de valorizar o sincretismo religioso a homenagem é dedicada também  ao Orixá Ogum das religiões de Matriz Africana: “Faço também uma panela com cinco quilos de feijão para homenagear o Orixá Ogum, pois Santo Antonio na religião de Matriz Africana é representado por tal orixa e ele também me representa”, finaliza.

A data escolhida para a homenagem é sempre o sábado que antecede o dia 13 de junho,  na Olaria no Nordeste de Amaralina.

Luis Lago
Luis Lago
Amante da Literatura, apaixonado pelas Letras. Discente de Letras Vernáculas e Língua Inglesa, poeta, escritor , blogueiro, professor e Repórter do site NES.

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