6ª edição da Caminhada do Povo de Santo pinta de branco as ruas do Nordeste

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Um tapete branco. Essa é a visão daqueles que tiveram a oportunidade de visualizar a Caminhada do Povo de Santo que percorreu, na manhã de ontem (27), a rua principal do bairro. Representantes dos terreiros da região e de fora, além de simpatizantes fizeram parte do cortejo que partiu do final de linha e foi até a praia de Amaralina, onde foi entregue o presente. O deputado estadual Rosenberg Pinto e uma representante da Secretaria Estadual de Educação também compareceram ao encontro.

Um xirê (palavra yorubá que significa roda, ou dança utilizada para evocação dos orixás conforme cada nação) deu início às atividades do evento. Para finalizar, um grande banquete foi oferecido aos participantes na sede do Diplomata de Amaralina. O comando da festa ficou por conta do Afoxé Bamboxé.

De acordo com Rodrigo Coelho, um dos membros da coordenação do encontro, a ideia da caminhada surgiu da necessidade de demonstrar o papel das religiões de matriz africana dentro do Nordeste de Amaralina e mostrar a cultura que é o candomblé, que para ele vai muito além de uma religião. “É uma cultura que representa toda história de um povo. A intenção é conseguir cada vez mais reunir o maior número de terreiros do Nordeste para que possamos fazer um evento cada vez maior e mais bonito”, explica Rodrigo.
Foto Jefferson Borges – NORDESTeuSOU
A CAMINHADA 
A primeira edição da Caminhada do Povo de Santo do Nordeste de Amaralina ocorreu em 2011. Almir Odun Ará, vocalista do Bamboxé e um dos principais articuladores da primeira edição do evento, explica que certamente já existia no imaginário das pessoas, sobretudo, dos mais velhos a idéia de se realizar algo nesse sentido, mas que a inciativa, de fato, partiu do babalorixá João Luis e do próprio Bamboxé. “Havia uma discussão, na ocasião da formação do Afoxé Bamboxé, sobre essa questão da unidade no candomblé, da desunião… Mas efetivamente, eu me lembro, que foi o babalorixá João Luis quem levantou essa tese que deveriamos organizar uma caminhada levando todo mundo. Reunimos o povo, fomos aos terreiros e colocamos na rua. Montamos a primeira caminhada do povo de santo com o título Gangazumba. A organização contou com a participação do Bamboxê, do Nordesteusou e dentre outras pessoas que também abraçaram a idéia. Fomos para cima e colocamos todos os pais e mães de santo na rua. Fizemos uma caminhada grande, bonita. Isso foi um marco nunca feito que é colocar o povo de matriz africana na rua”, lembra Almir.
Tiago Queiroz
Tiago Queiroz
Graduado em Comunicação/Jornalismo, e exerce as funções de Editor e Coordenador de Jornalismo do Portal NORDESTeuSOU

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