Grande participação popular marcou a 46ª edição do “Presente de Amaralina”

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Moradores da região, adeptos do candomblé e curiosos participaram neste domingo (14) da 46ª edição do Presente de Amaralina. O cortejo, que partiu do Largo da Olaria rumo à colônia de pesca, reuniu elementos do sagrado e do profano, com toques para os orixás e roda de samba. A entrega do balaio com oferendas à Rainha das Águas foi marcada por grande emoção entre os presentes, que desceram à beira-mar para conferir a saída dos barcos.

“Os pescadores estão de parabéns pelo evento de hoje. Em nome do Nordesteusou e de Rodrigo Coelho, reafirmamos o nosso compromisso de apoiar a cultura dentro da comunidade, que é um berço ancestral da cultura afro-brasileira. É uma festa que tem 46 anos e que precisa ser melhor valorizada pelo município de Salvador”, afirmou o advogado Rodrigo Coelho, um dos apoiadores da festa.

Membro da comissão organizadora do “Presente”, Alexassandro Gomes (Kiko), mostrou-se satisfeito com a grande adesão do público à celebração:

“É uma satisfação grande ver a comunidade do Nordeste de Amaralina curtir essa festa. A ideia é seguir em frente e, no ano que vem, fazer uma festa ainda maior”, relata Kiko, 43 anos de idade e há vinte pescador.

“Primeiro é importante destacar o processo de resgate dessa tradição, que já estava morrendo. É manter viva uma história de agradecimento e reverência ao orixá pela fartura e pela pesca do ano inteiro. O Bamboxê contribui para que essa tradição venha a se perpetuar no Nordeste de Amaralina,” destacou a presidente do Afoxé Bamboxê, Elaíne Souza.

“Fiquei sabendo da festa pelo Nordesteusou e resolvi prestigiar. Destaco a cultura da celebração, que manteve o axé e também a organização. É uma tradição que foi passada de geração em geração,” ressalta Caroline Machado, 30 anos, que é filha de um pescador da região.

História – Nascido e criado no bairro, o comerciante Vanderlei Santos (Dê), 51 anos, faz questão de manter viva a tradição que foi iniciada com a ajuda de sua avó e seu tio:

“Já frequento esse presente há muitos anos, desde a época de meu tio, mestre Aloísio, que era pescador e mestre de rede em Amaralina. Através dele e de minha avó, dona Diva, eu comecei a ir também. A ideia é incentivar para que essa tradição não morra,” explica Dê, que todos os anos leva o seu balaio.

De acordo com a moradora da Olaria, Gilmara Santana (Maizena), 62 anos, o “Presente de Amaralina” surgiu na época do samba junino, Samba Maluco:

“Os primeiros balaios começaram a sair da Olaria nessa época. Éramos eu, os pescadores e a finada “Mãe Preta”. Na segunda-feira (após a festa, que era realizada no domingo) era servida uma moqueca na praia. A festa começou através dos pescadores e, agora, os meninos novos é que estão segurando para que a tradição não acabe.”

Tiago Queiroz
Tiago Queiroz
Graduado em Comunicação/Jornalismo, e exerce as funções de Editor e Coordenador de Jornalismo do Portal NORDESTeuSOU

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