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Moradora do Vale das Pedrinhas faz sucesso com venda de pipas e arraias

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O tempo nublado e a forte ventania, típicos dessa época do ano, são os ingredientes perfeitos para os adeptos das pipas e arraias. O céu ganha o rabisco colorido dessa brincadeira que mistura crianças e adultos. Nos bairros mais populares, como o Nordeste de Amaralina, a velha tradição é ainda mais forte. No caso da aposentada Rosangela Santos Cunha, moradora das Casinhas, no Vale das Pedrinhas, o famoso passatempo acabou virando uma fonte de lucro, desde que há três anos, incentivada pelo marido, ela começou a fabricar suas arraias e pipas.

“Meu marido é louco por arraias e pipas. Daí acabamos encontrando uma forma de unir o útil ao agradável.  Aqui temos mercadorias de todos os preços: de setenta centavos até dois reais. Temos de linha, pipa, cerol, rabada… Tem para todos os gostos. Vem até gente de fora comprar em minha mão. De Nova Brasília, Sussuarana…”. Em uma rápida passada de olhos pela improvisada loja de dona Rosângela, montada na varanda da sua casa, podemos atestar a veracidade da sua informação. Difícil o cliente não encontrar entre a grande diversidade de tipos e cores uma pipa ou arraia do seu gosto.

“O nosso diferencial são as estampas. As mais procuradas são as de corte e recorte.  Se o vento estiver melhor, vende mais raia. Já com o vento mais fraco, é pipa. Sábado e domingo a gente chega a vender entre 30 e 40 pipas por dia. Já arraia 100, 150 unidades. Nesse tempo de pandemia o povo tem comprado mais”, afirma a empresária.

Atenta ao negócio, mas também preocupada com a questão social da brincadeira, a aposentada faz um apelo: “Gostaria de fazer um pedido para as pessoas que vendem aqui na comunidade que tenham mais consciência, pois raia é um esporte para pessoas humildes. As pessoas têm colocado preços exorbitantes. Tem que respeitar que estamos em uma comunidade humilde”. Dado o recado, dona Rosângela.

História – As pipas nasceram na China antiga. Sabe-se que por volta do ano 1200 a. c. foram utilizadas como dispositivo de sinalização militar. Os movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas à distância entre destacamentos militares.

O político e inventor norte-americano Benjamin Franklin utilizou uma pipa para investigar e inventar o para-raios. Hoje, a pipa mantém a sua popularidade entre crianças de todas as culturas.

No Brasil,  além dos conhecidos nomes “pipa”, “arraia” ou “raia”, “papagaio”, “pandorga” e suas variantes, o “brinquedo” é chamado de muitas outras formas nas regiões do país:

  • Amazonas – Cangula, Guinador, Frade, Curica e Estrela
  • Ceará – Barril, Bolacha, Cangulo, Estrela e Pecapara
  • Rio de Janeiro – Cafifa, Laçadeira, Estilão, Gaivota, Marimba, Pião, Modelo, Quadrado e Carambola
  • Maranhão – Jamanta (quando grande) e Curica (quando pequena)
  • Pernambuco – Camelo e Gamelo
  • Rio Grande do Norte – Coruja
  • Minas Gerais – Frecha, Catita, Quadra e Lampião
  • São Paulo – Rainha, Peixinho, Quadrado, Quadrada, Quadradinha e Índio
  • Pará – Maranhoto, Curica, Pote, Guinador e Cangula
  • Rio Grande do Sul – Churrasco, Barrilete, Arco, Estrela, Caixão, Bidê, Bandeja, Navio e Pipa
  • Santa Catarina – Papagaio e Barrilote
Tiago Queiroz
Tiago Queiroz
Graduado em Comunicação/Jornalismo, e exerce as funções de Editor e Coordenador de Jornalismo do Portal NORDESTeuSOU

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