Talento Laes – Conheça Claudya Costta, moradora do Luís Anselmo que é a voz feminina do Cortejo Afro

Tudo o que me emociona tem a ver com Diáspora Negra”, expressa a artista.

Do Recôncavo baiano – terra de Caetano Veloso e Maria Bethânia – para o Luís Anselmo. Com mais de 13 anos de carreira, Claudya Costta vem conquistando seu espaço na musicalidade baiana, sobretudo nos ensaios de verão e carnaval do bloco cortejo afro. Por conta disso, já viajou mundo a fora para ecoar a sua voz através dos dialetos baianos e vem trilhando um caminho de sucesso.

“Venho desenvolvendo uma carreira com uma linguagem própria e repertório com canções autorais e sonoridades da diáspora africana. Estou sempre em movimento e envolvida em vários projetos culturais. Pra ser a pessoa que eu sou hoje, eu tinha que nascer onde nasci. Na minha infância, eu curtia samba de roda com minha família, ouvia a música do Ilê e do Olodum na rádio. Por mais que a gente não tivesse consciência, essas músicas e a cultura popular diziam o que a gente podia ser. Era orgulho puro. Essas coisas em uma criança, com mente fresca, causam um impacto tremendo”, comenta.

A cantora, que expressa em suas canções autorais a pluralidade baiana e empoderamento feminino, lançou neste ano mais um single intitulado “Em suas marés”, e conta com o início de uma nova fase na carreira.

“A água, elemento muito ligado à transformação e as emoções, é o ponto de partida para a concepção do single em questão. Com intuito de simbolizar a liberdade e o fortalecimento da mulher negra, “Em Tuas Marés” marca e transparece o que eu sempre fui, uma mulher protagonista de sua história, capaz de escrever e redesenhar seus caminhos”, relata.

Dos becos e vielas da favela para as terras do Croissant e castelos europeus, a artista sempre sonhou em trabalhar com música, além disso, vislumbrava os atores americanos nas telas da Sessão da tarde, o que implicou na sua vontade de conhecer o exterior.

“Minha mãe saía para trabalhar e eu ficava em casa, sozinha, ouvindo rádio ou vendo TV. Na TV aberta, eu não tinha referências negras. Tinha um fetiche por morar nos EUA, desde criança, e também, sempre fui muito apaixonada por música. Ir para os EUA me trazia a ideia de que aqueles eram os únicos momentos em que eu conseguiria ver pessoas como eu, negras, na TV. Nas rádios, vozes como as de Michael Jackson, Bob Marley e Lauryn Hill também me exerciam muito encanto. E tinha também as referências locais, do Samba Chula, do recôncavo baiano, do Axé, dos tambores dos blocos Afros” explica.

Além de cantora e compositora, Claudya também é escritora e vai lançar o seu primeiro livro focado em obras infantis, principalmente nesse mês de novembro.

“Especialmente para o novembro negro, vou lançar um livro infantil com mensagens de ancestralidade, representatividade e pertencimento. Tudo o que me emociona tem a ver com Diáspora Negra”, expressa a artista.

COMPARTILHAR
Formado em rádio/tv. Produtor por amor, jornalismo com vigor. Artista da dança, pois é o que me mantém vivo. Colaborador do Nordesteeusou e coordenador do Luisanselmoeusou.