O presidente Jair Bolsonaro rebateu na manhã deste sábado (27) a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à Folha e ao El País de que o Brasil era governado por um “bando de maluco”.
Bolsonaro disse que “pelo menos não é um bando de cachaceiro” ao responder que Lula não deveria ter tido o direito de dar entrevista.
“Pelo menos não é um bando de cachaceiro. O Lula, primeiro, não deveria falar. Ele falou besteira. Quem era o time dele? Grande (parte) está preso ou sendo processado”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente disse em entrevista concedida nesta sexta-feira (26), e publicada nesta tarde nos sites das duas publicações, que o Brasil precisa fazer uma autocrítica e tem sido governado “por um banco de maluco”. Ele agradeceu ainda a solidariedade do vice-presidente Hamilton Mourão quando da morte do neto dele, Artur.
Esta é a primeira entrevista que o ex-presidente concede depois da prisão, em 7 de abril do ano passado.
“Vamos fazer uma autocrítica geral neste País. O que não pode é este País estar governado por esse bando de maluco. O País não merece isso, e sobretudo o povo não merece isso”, disse o ex-presidente.
Aos jornalistas, Lula afirmou que era “grato” a Mourão “pelo que ele fez na morte do meu neto”. O ex-presidente disse que, se sair da prisão, quer “conversar com os militares” para entender o ódio ao PT.
O petista criticou ainda o ministro da Justiça, Sergio Moro. Para ele, o ex-juiz, que o condenou à prisão, “não sobrevive na política”. “Eu tenho certeza de que durmo todo dia com a minha consciência tranquila. E tenho certeza de que o (Deltan) Dallagnol não dorme, que o Moro não dorme.” E acrescentou: “Eu tenho uma obsessão (em desmascarar Moro) Porque eu tenho certeza, o Moro tem certeza (da inocência). Se as pessoas não confessarem agora, no dia da extrema-unção vão confessar. Ele tem certeza que eu sou inocente.”
Segundo o relato do jornal, os jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas tiveram de ficar a quatro metros do ex-presidente. Lula respondeu às perguntas diante de uma mesa, da qual os entrevistadores não podiam se aproximar. A Polícia Federal informou aos presentes que a medida era o cumprimento de um protocolo de segurança comum a todos os presos.