Nota de esclarecimento: Rock in Rio sobre o Palco Favela

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NOTA

O Rock in Rio entende que os artistas que se apresentam no festival tem total liberdade de expressão para o desenvolvimento de suas apresentações. O Grupo Nós do Morro produziu um espetáculo exclusivo para o evento teste, realizado no último dia 24, com uma das cenas trazendo uma crítica social. O som de um helicóptero no Espaço Favela fazia parte da sonoplastia do espetáculo. Entretanto, não faz parte das apresentações que começam, 27 de setembro, hoje na Cidade do Rock.

Para Guti Fraga, diretor do espetáculo, o helicóptero trazia um simbolismo de que mesmo com os momentos de intervenções que as favelas sofrem, há, sim, muitas razões para se orgulhar de toda a produção cultural que lá existe. Por esta mesa razão, logo em seguida, abrindo o show, uma bailarina surgia fazendo o contraponto ao barulho do helicóptero. No  total, o Nós do Morro faz três diferentes apresentações ao longo dos sete dias de Rock in Rio no Espaço Favela.

Sobre o Espaço Favela

A cidade do Rio de Janeiro atrai os olhares do mundo para o Brasil e é uma porta de entrada para quem quer conhecer essa imensidão de país e de culturas que se cruzam e se comunicam a todo instante. Ela é palco de grandes espetáculos e tem em sua essência a capacidade de se reinventar, de apresentar novos olhares. É assim com o Réveillon, com o Carnaval e com o Rock in Rio, entre muitos outros eventos. O Rio de Janeiro é sim um gigantesco polo de produção cultural que abastece o mundo nas mais diversas formas. A fase atual em que a cidade vive é também uma oportunidade de mudar, acreditar e de reforçar que a esperança ajuda a construir.  

As políticas públicas e sociais não fazem sentido se não houver um trabalho muito grande de inclusão das comunidades, respeitando o ambiente e a cultura onde elas estão inseridas. Quando na edição de 2017, no primeiro dia de Rock in Rio, um tiroteio na Rocinha assustou a população, uma luz se acendeu também dentro do maior evento de música e entretenimento do mundo. Neste momento acendeu-se o holofote para as comunidades, para uma conversa que mostra as favelas a partir de todo o seu potencial criativo.  

As favelas fazem parte da raiz da cidade e são parte fundamental e, a partir de agora, o Rock in Rio quer estabelecer uma nova conversa, com a criação do Espaço Favela, a nova área da edição de 2019. Com uma cenografia colorida e lúdica, o espaço vai incorporar todo o potencial da economia criativa que está dentro das comunidades por meio das danças, música e de todas as manifestações culturais presente nas favelas, que vão levar para a Cidade do Rock os costumes, os botecos das favelas e as iguarias peculiares daquela cultura.  

“O Rock in Rio é mais do que um festival, é uma plataforma de comunicação que vai dar voz, luz e mais espaço para as comunidades. Neste momento crucial é preciso mostrar que nas favelas existe talento. Estatísticas mostram que 45% da população das comunidades é formada de empreendedores (por conta própria). Estamos fazendo uma curadoria de peso nas favelas, conteúdos genuínos de muita qualidade e evidenciando o potencial incrível das comunidades para estarem conosco na Cidade do Rock. Não estamos falando em assistencialismo, mas em descobertas e visibilidade a grandes talentos. Vamos dar visibilidade e amplificar a carreia destes profissionais”, conta Roberto Medina, presidente do evento.  

O Espaço Favela será dinâmico e com muitas atrações ao longo do dia. As bandas das comunidades de diversos ritmos musicais vão compor o line up, que terá sempre um headliner e mais três pocket shows. O grupo de teatro Nós do Morro está preparando um grande espetáculo onde 40 artistas tomarão conta de todo o palco com uma apresentação de dança, música e teatro. Serão três apresentações diárias com a última transformando o Espaço Favela em um verdadeiro baile charme, onde o público será convidado a participar da dança. A poesia também estará presente com as batalhas de slam.  

Para o curador artístico do Espaço Favela, Zé Ricardo, o Rock in Rio é mais um projeto que está olhando para as comunidades e que o talento ramifica todo o conceito do Espaço Favela. “A favela é um berço de criação de conteúdos impressionantes. Queremos mostrar para as bandas que se apresentarão que acima de tudo, elas podem e devem estar ali. São poderosas e só precisam do holofote direcionado corretamente. Porque a voz, eles já têm. As bandas que apresentaremos estão prontas para mostrar seus trabalhos e nós estamos prontos para recebê-las. Afinal, favela é muito mais potência do que carência. Por isso, o talento é o que permeia todo o conceito do espaço”, comenta Zé Ricardo.  

Voz das Comunidades
Voz das Comunidadeshttp://www.vozdascomunidades.com.br/
No ano de 2005, época em que a mídia tradicional nem se quer mencionava o que existe de bom nas favelas e os verdadeiros problemas sociais que os moradores enfrentam no dia-a-dia, foi quando um menino de 11 anos de idade, aluno de uma escola municipal, decidiu criar um jornal pra comunidade do Morro do Adeus, uma das 13 que formam o Conjunto de Favelas do Alemão, pra mostrar tudo o que acontecia na sua comunidade.

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