Depois de inúmeras matérias, posts e uma luta de toda comunidade o grande dia chegou. Abandonada pelos os órgãos públicos por muito tempo o trecho da orla que vai do Quartel de Amaralina até a Vila Jardim dos Namorados, na Pituba, será revitalizado. A assinatura da ordem de serviço para o início das intervenções aconteceu na manhã deste sábado (26), no Largo das Baianas (Amaralina), com as presenças do prefeito ACM Neto.
Coordenado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), o projeto da nova orla Amaralina-Pituba integra o Programa de Requalificação Urbanística (Proquali), financiado pela Corporação Andina de Fomento (CAF), e prevê novo paisagismo e elementos que proporcionarão maior uso e apropriação da população ao espaço público.
Com investimento de R$ 38,8 milhões, as obras serão executadas pelo Consórcio Orla Marítima em um trecho de 3,3 quilômetros de extensão, com previsão de entrega em 12 meses. As intervenções englobam instalação de acessos à praia em todas as paradas de ônibus, que serão dotados de rampas, escadas e pérgula, atendendo a quesitos de acessibilidade universal e dando a essas estruturas característica mais charmosa e acolhedora. Ao longo de todo o trecho ainda haverá guarda-corpo e muretas, além de semáforos inteligentes e iluminação LED.
Colônia de pescadores
Atendendo às demandas da comunidade, a Praça João Amaral terá seu espaço melhor aproveitado e ganhará quadra poliesportiva, parque infantil, quiosques de coco e acarajé, equipamentos de ginástica e paraciclo. A prefeitura fará também a primeira Colônia de Pescadores de Amaralina, que com 87 metros quadrados, dará suporte a 20 pescadores que atuam na região.
Já a Praça do Budião receberá um tratamento com plataforma única. Ou seja, não haverá desnível entre passeio e meio-fio, e o revestimento do piso será em blocos de concreto intertravado. Esta última é uma das características comuns a todos os trechos da orla que já foram requalificados em Salvador pela atual gestão municipal.
Espaço das baianas
Com a intenção de devolver ao Largo das Baianas a sua importância turística e histórica no contexto na cidade, será instalada uma escultura, assinada pelo artista visual Bel Borba, em homenagem a essas profissionais. O posicionamento do monumento foi definido de modo que o transeunte possa percebê-lo a distância. O piso será trabalhado em pedra portuguesa nas cores vermelha, branca e preta.
A estrutura atual será substituída por um novo quiosque em madeira com acomodação para dez baianas de acarajé e espaço para uma roda de capoeira. Também serão instalados um parque infantil, equipamentos para academia de ginástica e quiosque para a comercialização de coco.
Ioga, tai chi chuan e meditação
Na entrada da Rua Visconde de Itaboraí, próximo ao posto de saúde, será construída uma academia de saúde. Para o trecho em frente à saída da Rua Pará, a FMLF projetou uma grande pérgula, destinada à prática de atividades ao ar livre, como ioga, tai chi chuan e meditação. No espaço também haverá quiosques para a venda de coco, acarajé, equipamentos de ginástica e paraciclos.
Inaugurada em dezembro de 2018, junto com a entrega da Arena Aquática Salvador e a requalificação da Praça Wilson Lins, a Colônia de Pescadores da Pituba também está inserida nesse projeto. Com uma estrutura de 123 m², abrigará 40 pescadores e possui quatro pontos de comércio (boxes), uma área para guardar motores, sanitários masculino e feminino (com vestiário e espaço para banho), local para tratamento do pescado e 40 armários individualizados para cada pescador.
A partir desse trecho onde está a Arena Aquática Salvador até a Vila Jardim dos Namorados, o projeto da nova orla de Amaralina-Pituba abrangerá a continuidade da ciclofaixa, conectando-a com as que já existem no Jardim dos Namorados, mantendo o padrão de paginação das calçadas e promovendo a melhoria das vias.
Participação popular
Para elaborar o projeto da nova orla Amaralina-Pituba, a FMLF realizou oficinas de participação popular com os moradores da região. A proposta que será executada pela Prefeitura vai ao encontro das demandas da população, que teve participação efetiva no processo de construção do projeto, validado, inclusive, na terceira oficina realizada com os moradores.
O primeiro encontro foi de escuta para elaboração de um diagnóstico. No segundo momento, a fundação apresentou uma proposta formulada a partir dos anseios da comunidade, expostos na oficina anterior. Em novembro de 2018, foi apresentada uma proposta considerando os ajustes pontuados pela comunidade na segunda oficina.