A tradicional Festa de Iemanjá, comemorada no dia 2 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho, está diretamente ligada ao povo do Nordeste de Amaralina. No início do século XX, quando o Rio Vermelho começa a ser cobiçado pela burguesia, os pescadores do Rio Vermelho foram obrigados a se instalar no alto da colina de Amaralina. Assim foi sendo povoada a região hoje denominada Complexo Nordeste de Amaralina. Dos antigos pescadores, que por volta dos anos 20 deram início ao atual festejo, os atuais moradores herdaram entre outras coisas o culto à Iemanjá. Em 2020, como tradicionalmente acontece em todo dia 2 de fevereiro, diversos balaios e cortejos saíram do bairro com destino à praia do Rio Vermelho.
O Balaioxê, realizado através de uma parceria entre o Nordesteusou e o Afoxé Bamboxê, além do “arrastão” do bloco Os Toalhas são algumas das inciativas dessa natureza que, partiram do Nordeste de Amaralina e ao som do atabaque levou alegria e reverência à festa.
Rodrigo Coelho, um dos apoiadores do evento, destacou a importância em se manter viva às tradições populares. “As iniciativas da população do Nordeste representam as manifestações culturais, Balaioxê é a oportunidade das pessoas que durante o dia não participam do presente de Iemanjá poder as suas oferendas no dia anterior. Nossa cultura está sempre viva e demonstra a força do nosso povo e as nossas raízes da mãe África “, pontuou.
Almir Odun Ará, um dos líderes e vocalista do Afoxé Bamboxê, ressalta o caráter político do evento: “Em sua 4° Edição o Balaioxê reuniu centenas de membros da religião de matriz africana e simpatizantes num desfile marcado por alegria, politização e fé. O Balaioxê intercala ancestralidade e luta por justiça social. Nosso agradecimento aos nossos apoiadores Dep. Marcelino Galo e Rodrigo Coelho (parceiro de longas datas). Reafirmo a gratidão de ter a família Bamboxê junta e que venha carnaval.
