O G1 fez uma matéria explicando mais sobre o conflito:
O grupo extremista islâmico armado Hamas bombardeou Israel na manhã deste sábado (7), pelo horário local, em um ataque surpresa considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos.
Ao reivindicar a ofensiva, o Hamas afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território.
O conflito entre Israel e a Palestina mistura política e religião e já se estende há décadas, tendo deixado milhares de mortos e feridos em ambos os lados. Entenda abaixo o que está acontecendo e como começou o conflito.
O que está acontecendo agora?
Neste sábado (7), o Hamas bombardeou Israel , em um ataque surpresa considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. Há centenas de mortos e feridos.
Os ataques aconteceram principalmente na parte sul do país. Milhares de foguetes foram lançados e, em comunicado, os militares de Israel afirmaram que “vários terroristas infiltraram-se no território israelita a partir da Faixa de Gaza”.
Ao reivindicar a ofensiva, o grupo afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território.
Como começou o conflito?
O conflito entre Israel e Palestina já dura décadas. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados — um judeu e um árabe — na Palestina, sob mandato britânico. A proposta foi aceita pelos líderes judeus, mas rejeitada pelo lado árabe e nunca foi implementada.
Sem capacidade de resolver a situação, os governantes britânicos partiram e o Estado de Israel foi proclamado pelos líderes judeus no ano seguinte, causando revolta entre os palestinos e resultando na Guerra árabe-israelense de 1948.
Mapa mostra conflito em Israel — Foto: Arte/g1
Em meio a diversos impasses sobre os territórios, em 1967 veio a Guerra dos Seis Dias, que mudou o cenário na região. Vitorioso, Israel tomou à força a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então sob controle da Jordânia, bem como a Faixa de Gaza, sob administração egípcia. À época, 500 mil palestinos fugiram.
Desde então, em meio a outros conflitos e enfrentamentos, o país anexou Jerusalém Oriental (onde estão localizados santuários venerados por cristãos, judeus e muçulmanos) e continua a ocupar a Cisjordânia, mas se retirou em 2005 da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico Hamas desde 2007.
A resolução do conflito, no entanto, ainda se choca em disputas que parecem cada vez mais insolúveis, como a segurança de Israel, as fronteiras, o estatuto de Jerusalém e o direito de retorno dos refugiados palestinos que fugiram ou foram expulsos de suas terras, por exemplo.
Discussões no impasse
O conflito já resultou em muitas tentativas de paz, mas com poucos resultados práticos.
De um lado, entre as principais reivindicações da Palestina, está a suspensão da colonização de seus territórios, que tem assentamentos incentivados por Israel, por exemplo.
Dados de 2017 apontam que pelo menos 600 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Por outro lado, Israel exige seu reconhecimento como um Estado judeu — o que é recusado pelos palestinos, que têm receio de sacrificar o direito de regresso dos refugiados.
Outros fatores como a demora na criação de um Estado palestino independente e o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza também pesam na discussão. Para ambos, os fatores domésticos tornam difícil qualquer concessão.
Vale lembrar que apesar de controlar a região, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) perdeu parte de sua legitimidade entre os palestinos ao longo dos anos por diversos motivos, como a paralisação do processo de paz para o local e acusações de corrupção.