De forma geral, 2024 manteve o mesmo padrão de 2023, que, por sua vez, pouco se distinguiu de 2022, 2021, 2020… Nas periferias brasileiras, especialmente no Nordeste de Amaralina, os anos passam, mas os problemas persistem. Desigualdade, abandono e precariedade seguem como parte do cotidiano, num ciclo que parece nunca se romper.
“É um museu de grandes novidades”, diria Cazuza, o poeta do rock nacional. Com uma população de quase 80 mil pessoas, somados os quatro bairros que compõem o Complexo, o Nordeste de Amaralina segue sem uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h). Os quatro postos de saúde da região, todos geridos pela prefeitura municipal, são o retrato do caos. Filas intermináveis e atendimento que não atende à demanda local. Faltam médicos e sobra descaso.
A falta de saneamento básico é uma dura realidade enfrentada por muitas famílias. Elas são obrigadas a conviver com esgoto a céu aberto, infestação de mosquitos e a presença de ratos, entre outros problemas, ficando expostas a diversos tipos de doenças. A ineficácia na coleta de lixo, aliada ao descarte irregular, resulta na formação de diversos pontos de acúmulo de resíduos.
As ações da Polícia Militar merecem um capítulo à parte. São incursões desastrosas, cujas vítimas frequentemente são negras e moradores das periferias. Ano após ano, pais e mães continuam a assistir, impotentes, ao destino trágico de seus filhos diante da brutalidade desses agentes da (in)segurança pública. Menino Joel, presente!
Para completar o roteiro do caos, vamos falar sobre a falta de creches e escolas que atendam aos pais e mães de família que precisam sair em busca do pão de cada dia. O que falta também são oportunidades para a juventude local. Uma garotada talentosa que anseia mostrar ao mundo o potencial dos filhos da favela.
Que o ano vindouro traga de fato novidades. Enquanto isso, a gente vai levando…
Feliz Ano Novo?
