Já estamos em abril, e o projeto Pé na Escola, que deveria garantir o acesso de crianças à educação desde o início do ano letivo, ainda não conseguiu cumprir sua principal função: matricular os alunos. O programa, conhecido por oferecer vagas em escolas públicas e, quando necessário, em instituições privadas, enfrenta mais uma vez atrasos que afetam famílias.
Segundo informações de pais e responsáveis, todas as etapas do projeto já foram cumpridas, escolas credenciadas, treinamentos realizados, diretores prontos para receber as matrículas. Ainda assim, até o momento, as crianças seguem sem acesso garantido às salas de aula.
“Minha filha tem quatro anos de idade, e aqui na região tem várias crianças nessa faixa etária. A única escola com vaga disponível é em Cosme de Farias, que eu nem lembro o nome agora. Como é que eu vou sair daqui com uma criança de quatro anos até lá?”, desabafa uma mãe.

O problema se agrava com o desencontro de informações. Mães que buscaram ajuda na Secretaria Municipal da Educação (SMED) foram informadas de que o portal de matrícula já está liberado. No entanto, ao acessarem o sistema, a funcionalidade continua indisponível.
Outro ponto de crítica recorrente é a falta de vagas em escolas próximas, o que obriga os pais a considerarem trajetos longos, inviáveis para crianças pequenas. “Transporte eu não vou ter como pagar, né? Aí eu vou andando”, conclui a mãe.
O Pé na Escola é um programa tradicional, implementado todos os anos com a proposta de garantir o acesso à educação infantil mesmo diante da escassez de vagas. Porém, enquanto as falhas operacionais não forem resolvidas, muitas crianças seguem fora da sala de aula e seus responsáveis, sem respostas.