Após anos de expectativas, idas e vindas nos bastidores e especulações constantes, a frase pode finalmente ser dita com todas as letras: Carlo Ancelotti é o novo técnico da Seleção Brasileira. O anúncio foi feito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta segunda-feira (12), marcando o início de uma nova era para a Amarelinha.
Aos 65 anos, o técnico italiano encerra sua vitoriosa passagem pelo Real Madrid, clube que comandava desde julho de 2021, para assumir o desafio de conduzir o Brasil rumo à Copa do Mundo de 2026.
“Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, durante o anúncio.
📜 Um currículo à altura da camisa cinco estrelas
Carlo Ancelotti dispensa apresentações. É o maior vencedor da história da Champions League, com cinco títulos, e o único treinador a conquistar as cinco principais ligas europeias: Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Espanha. Ao longo de sua carreira, passou por gigantes como Milan, Chelsea, PSG, Bayern de Munique e, claro, o Real Madrid.
Como jogador, também fez história. Atuou como meio-campista em clubes como Parma, Roma e Milan, e conquistou duas Champions League. Curiosamente, seu último jogo como atleta foi um amistoso… contra a própria Seleção Brasileira, em 1992.
Trinta anos depois, Ancelotti volta a cruzar o caminho da Canarinho — agora, como comandante da equipe mais vitoriosa do futebol mundial.
🔄 Transição e estreia
O treinador chega para substituir Dorival Júnior, demitido em março após a goleada sofrida para a Argentina. Desde então, a Seleção estava sem técnico. Agora, Ancelotti assume o posto e fará sua estreia nos dois próximos compromissos do Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, contra Equador e Paraguai, no próximo mês.
A preparação já começa de imediato. O técnico se reunirá nos próximos dias com Rodrigo Caetano, coordenador geral das Seleções Masculinas, e Juan, coordenador técnico, para definir a lista de convocados. A divulgação oficial será no dia 26 de maio, em solo brasileiro.
🌍 Um estrangeiro no comando — após quase 60 anos
Com a contratação de Ancelotti, a Seleção rompe uma longa tradição. O último técnico estrangeiro a comandar o Brasil havia sido Filpo Núñez, argentino, em um amistoso contra o Uruguai em 1965, quando a equipe nacional foi representada pelo elenco do Palmeiras. Antes dele, apenas Ramón Platero (uruguaio, em 1925) e Joreca (português, em 1944) haviam ocupado o cargo.
A chegada de Ancelotti simboliza não apenas uma aposta em um nome consagrado, mas também uma abertura para novos caminhos no comando técnico da Seleção.
💬 Bastidores e negociação
O nome de Ancelotti era o favorito de Ednaldo Rodrigues desde 2023. Na época, a CBF cogitava sua contratação, mas optou por um período de transição com Fernando Diniz, que acumulou as funções de técnico do Fluminense e interino da Seleção. O plano inicial era que o italiano assumisse oficialmente apenas na Copa América de 2024.
No entanto, a conquista da Champions League com o Real Madrid prolongou seu vínculo com o clube espanhol, frustrando momentaneamente os planos da CBF. Com a eliminação do Real na atual edição da Liga dos Campeões e a perda de força na disputa do Campeonato Espanhol, o cenário mudou. O clube merengue passou a aceitar com naturalidade a transição, já projetando Xabi Alonso, ex-treinador do Bayer Leverkusen, como substituto.
Diante disso, a CBF retomou as conversas com Ancelotti e, com o caminho livre, oficializou o acerto.
🏆 O sonho do hexa, agora com Ancelotti
A missão do novo treinador é clara: recolocar o Brasil no topo do futebol mundial. A seleção vive um período de jejum desde a conquista do penta em 2002. A chegada de Ancelotti representa um reforço de peso na busca pelo hexacampeonato, com a promessa de uma gestão técnica moderna, experiente e voltada a grandes resultados.
📅 Próximos passos:
- 26 de maio: anúncio da convocação
- Junho: jogos contra Equador e Paraguai pelas Eliminatórias
- 2026: foco total na próxima Copa do Mundo