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Teu Segredo Robou o meu sorriso

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Então, galera, eu sou o MATHEUS (com “H”, não é Mateus). Tenho 21 anos e moro aqui no bairro também. Há exatos cinco anos, conheci o Lucas. E olha… se eu soubesse tudo o que ia acontecer, se eu pudesse voltar no tempo e me impedir de ter te respondido naquela primeira mensagem, eu faria.

Quando nos conhecemos, foi bom demais. Tinha aquele ar de “tudo é novo”, aquele encanto bobo que só quem já se apaixonou sabe. E como quase todo relacionamento homoafetivo, as coisas aconteceram rápido. Aparentemente, a gente se gostava — e muito.

Antes mesmo de oficializar qualquer coisa, a gente foi bem sincero um com o outro. Eu parei de ficar com quem eu tava ficando, ele me contou da situação dele com a família… e foi aí que eu percebi o contraste: a minha família era mais aberta, liberal, compreensiva. Já a dele, fechada, rígida, de mão pesada. Mas não foi por isso que eu fui compreensivo — eu fui porque, quando a gente gosta de alguém de verdade, a gente sempre dá um jeito.

Aceitei ser um segredo. Aceitei esperar enquanto ele não se abria com a família. Tivemos alguns atritos, claro, mas eu compreendi. Eu sempre compreendo. Falei dele pras minhas amigas, falei com minha mãe. Ele começou a existir no meu mundo, mesmo que no mundo dele eu ainda fosse silêncio.

E eu confesso que achava aquilo injusto. Não que todo mundo precise saber que a gente está namorando, mas… ser segredo por medo de não ser aceito é cruel. Ainda assim, eu aceitei. Porque nossos momentos juntos falavam muito mais sobre o que a gente era, do que qualquer postagem de casal que eu via por aí.

Sempre disse: ninguém além de nós dois pode destruir o que temos. E eu te esperei. Em silêncio, eu aguentei sentimentos confusos, inseguranças — não porque você me dava motivos, mas porque eu pensava demais. Ouvi tanta coisa… e, no fim, vi com meus próprios olhos: você começou a mudar comigo na frente dos outros. E se já é ruim quando é um amigo que muda, imagina quando é o seu namorado?

Mesmo assim, eu fiquei com você.

Aí veio aquele tempo em que você ficou frio. Distante. Seco. Diria até que por causa disso, eu desenvolvi uma dependência emocional em você. E calado… chorei, sofri. Até que a gota d’água foi quando você ficou com outra pessoa. Só pra provar aos outros algo que você não era.

Eu realmente tava disposto a tudo por você. Por nós. Lembra que a gente dizia que não era mais “eu” ou “você”? Agora era nós. Mas, por causa do seu medo… do seu egoísmo… o nosso amor não foi suficiente pra te dar coragem de assumir quem éramos. E aí você ficou perto… tão perto… mas ao mesmo tempo longe demais.

Pra não continuar sofrendo, eu decidi ir embora. E, olha… isso doeu mais do que qualquer atitude sua.

Esvazie seu coração, Lucas. Respira fundo. Eu ainda sou o mesmo Matheus. Só não sou mais o seu “bem”.

Fale comigo.

– Matheus

Redação NES
Redação NES
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