Os impactos da atuação da Polícia Militar no Nordeste de Amaralina foram discutidos em uma reunião realizada na manhã desta sexta-feira (10), no Centro de Operações e Inteligência da Segurança Pública, em Salvador. A reunião foi motivada após uma criança de 9 anos ser baleada na última quarta-feira (8), durante uma operação da PM na localidade. O episódio gerou uma série de protestos na comunidade, com foco nas ações da polícia.
Participaram do encontro o secretário estadual de Direitos Humanos, Felipe Freitas, o sub-secretário da SSP, Marcelo Oliveira, o coordenador de Articulação Social da Serin, Joel Meirles, os deputados federais Bacelar e Lídice da Mata, os vereadores Sílvio Humberto e João Claudio Bacelar, além de lideranças comunitárias da região.
Após o encontro, ficou acordado entre as partes a instauração imediata do uso de fardamento pelos PMs que atuam na região do Complexo Nordeste de Amaralina, a retirada da Base Comunitária do Centro Social Urbano (CSU) – Nordeste, e a revitalização do Beco da Cultura como espaço cultural voltado ao desenvolvimento da comunidade, disse o advogado, líder comunitário e diretor jurídico do Nordesteusou, Rodrigo Coelho.
“Precisamos garantir, de forma urgente, os direitos constitucionais das pessoas que residem no Nordeste de Amaralina. Nossa expectativa é que o secretário de Segurança Pública nos apresente respostas concretas e alternativas eficazes para essas ações violentas, que têm vitimado inúmeros inocentes dentro da comunidade.”
“Nós não somos contra a instituição da PM. O que queremos é dialogar com o comando para que as abordagens na comunidade sejam feitas de forma diferente, mais humanitária. O tratamento que ocorre nos bairros nobres não é o mesmo dado nas periferias. Estamos cansados de ver corpos negros no chão.”, acrescentou o servidor público e morador do Nordeste, Charles Chagas.
“Estamos aqui para exigir respeito. Não aceitamos que a violência policial continue sendo o cardápio servido ao povo da periferia. Já tivemos inúmeras crianças e trabalhadores inocentes alvejados. Nós não aguentamos mais.”, completou o servidor federal e líder comunitário, Antônio Bonfim.
Autoridades – Para o vereador João Claudio Bacelar, “acreunião é um passo importante para fortalecer o diálogo entre as lideranças comunitárias e as forças de segurança”:
“Nosso objetivo é garantir que as ações da Polícia Militar sejam firmes, mas também pautadas no respeito à comunidade, promovendo paz, segurança e cidadania para quem vive no Nordeste de Amaralina”.
“Considero a Reunião necessária e produtiva e espero que as reivindicações apontadas sejam atendidas com brevidade, entre elas o uso das câmeras corporais pelo batalhão , um novo treinamento em relação a abordagem e a implementação de políticas públicas de inclusão social com a juventude potencializando as ações já desenvolvidas pela comunidade.
Em resumo, houve um comprometimento das instâncias do governo presentes com o encaminhamento das propostas sugeridas com o objetivo de assegurar o pleno exercício cidadania pelos moradores do complexo do nordeste de Amaralina “, acrescentou o vereador Sílvio Humberto.