O dançarino e coreógrafo Boanerges Almeida, conhecido por integrar o corpo de dança da artista Lore Improta, denunciou ter sido vítima de injúria racial dentro de uma academia localizada no bairro da Pituba, em Salvador.
De acordo com o relato do artista, o caso aconteceu enquanto ele conversava com outro profissional no local. Uma mulher, que observava a conversa, teria feito um comentário sobre os dentes dele, elogiando e perguntando o que havia sido feito. Ao responder que usava lentes de contato, a mulher teria afirmado que ele “não tinha condição de fazer isso”.
Alguns dias depois, Boanerges afirmou ter ouvido novas ofensas da mesma pessoa, que teria comentado com outras pessoas da academia sobre a roupa que ele usava em um evento, dizendo que “ele não tinha condição de comprar”. O dançarino relatou ter ficado sem reação diante da situação.
A academia em questão informou que não compactua com atitudes discriminatórias de nenhuma natureza e que repudia qualquer comportamento desse tipo. A instituição também afirmou estar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
A Polícia Civil investiga o caso como injúria racial. As câmeras de segurança do local deverão ser analisadas, e testemunhas serão ouvidas.
O episódio reacende o debate sobre o racismo presente em espaços sociais considerados neutros, como academias, e reforça a importância de denunciar qualquer forma de discriminação. Em Salvador — cidade de maioria negra — casos como esse revelam que o racismo ainda é uma realidade cotidiana, muitas vezes mascarada por comentários de tom preconceituoso e discriminatório.
A denúncia de Boanerges também serve de alerta para a necessidade de um olhar mais atento sobre o racismo estrutural e sobre a urgência de que instituições estejam preparadas para lidar com situações desse tipo, garantindo respeito e igualdade de tratamento a todos.
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