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[FECULTA] Rainha do Bloco Afro Okànbí leva identidade e poder ao festival.

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Dandara Toalegi Akotirene, uma mulher de 31 anos, subiu ao palco do Festival Cultural das Artes (FECULTA) em uma apresentação de dança afro, defendendo sua identidade e ancestralidade. Com um discurso forte e determinado, Dandara, também conhecida como rainha, trouxe à tona a importância de assumir sua verdadeira essência e lutar pelo seu próprio reinado.

Dandara, que nasceu no Brasil, decidiu abandonar seu nome brasileiro em busca de uma identidade que a representasse verdadeiramente. Para ela, era importante levantar a bandeira africana, defender sua ancestralidade e afirmar sua originalidade. Em suas próprias palavras: “Não adianta eu estar segregando e levantando uma bandeira que não me representa.”

A participação de Dandara no FECULTA teve como objetivo trazer à tona a importância do empoderamento feminino, independentemente de ser uma mulher cisgênero ou uma mulher transgênero, como é o seu caso. Ela enfatizou que todas as mulheres têm o poder de ocupar qualquer espaço e lutar por sua bandeira, sua história e seu reinado pessoal. “Eu me tornei rainha do meu próprio reinado. Eu não esperei que um concurso me desse uma coroa. Eu subo no palco e represento.”

Além de ser rainha e diretora do Bloco Afro Okànbí, Dandara também é rainha do Bloco A Mulherada, assim como da banda Pinote do Guetto. Sua trajetória é marcada por uma luta constante pelo empoderamento e pela valorização da cultura africana. Para ela, ser uma rainha não se resume apenas a vestir uma roupa ou uma coroa, mas sim a defender a estética e a origem por trás delas. “É uma elevação pessoal que exige preparo espiritual e a consciência de que, ao subir no palco, está carregando consigo a energia de todos ao seu redor”, conta.

Dandara é uma voz forte na luta contra a transfobia e o preconceito. Ela reconhece que a sociedade pode tentar marginalizar e impor obstáculos, mas ressalta a importância de não abaixar a cabeça. “A sociedade pode até nos colocar na margem do preconceito, me colocar na margem da transfobia, mas não é por isso que eu devo baixar a cabeça. Caso contrário, quem quiser que olhe para cima, porque eu estou em cima.”

A participação de Dandara Toalegi Akotirene no FECULTA foi marcada por sua dedicação em elevar a cultura africana, reafirmar sua identidade e promover o empoderamento feminino. Para ela, sua história inspiradora e sua luta contra a transfobia são exemplos de resistência e representatividade, deixando um legado valioso para as futuras gerações.

O Festival de Cultura e Arte do Nordeste de Amaralina (FECULTA) é uma iniciativa do NORDESTEeuSOU em parceria com a Secretaria Estadual de Turismo e conta com o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador através do programa Procultura.

Robert Santos
Robert Santos
Um taurino falando de tudo um pouco. Vez ou outra o assunto é sério. Tô sempre procurando maneiras melhores de viver a vida e reclamando no caminho porque ninguém é de ferro.

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