É inegável que o professor é uma das figuras mais importantes na formação de qualquer
sociedade. É ele quem, com dedicação e esforço, transmite conhecimento, estimula o
pensamento crítico e contribui diretamente para a construção de cidadãos conscientes. No
entanto, no Brasil, o profissional da educação tem sido constantemente desvalorizado,
enfrentando uma série de desafios que vão muito além da sala de aula.
A desvalorização do professor brasileiro não se resume apenas aos baixos salários. Ela se
manifesta também nas condições precárias de trabalho, na falta de infraestrutura escolar,
na escassa valorização social da profissão e, ainda mais preocupante, na falta de respaldo
por parte do governo. Muitos educadores precisam se desdobrar em múltiplos turnos para
garantir uma renda mínima, sacrificando sua saúde física e mental.
Outro fator alarmante é o crescente desinteresse dos alunos. Em tempos de estímulos
digitais constantes, redes sociais e conteúdo imediato, a sala de aula muitas vezes perde
espaço como ambiente de aprendizado significativo. Muitos estudantes não veem mais o
valor da educação formal, o que desmotiva ainda mais o trabalho do professor, que já lida
com tantas adversidades.
Não podemos esquecer também da ausência da família nesse processo. A participação dos
pais na vida escolar dos filhos é fundamental para o bom desempenho acadêmico e para o
respeito à figura do professor. Contudo, o que se observa é um distanciamento cada vez
maior. Pais sobrecarregados, desinformados ou simplesmente desinteressados deixam toda
a responsabilidade da formação de seus filhos nas mãos da escola, quando o processo
educativo deveria ser uma parceria.
Por fim, o papel do governo nessa crise educacional é central. As políticas públicas são,
muitas vezes, ineficazes, mal executadas ou simplesmente inexistentes. Faltam
investimentos reais e consistentes na formação docente, na valorização salarial e na
criação de condições dignas para o exercício da profissão. O discurso de que a educação é
prioridade raramente se traduz em ações concretas.
Diante disso, é urgente repensar a forma como tratamos nossos professores. A sociedade
precisa compreender que valorizar o professor é investir no futuro do país. Sem professores
respeitados, bem formados e motivados, não há educação de qualidade e, sem educação
de qualidade, não há progresso, justiça social ou desenvolvimento sustentável.