Há muito tempo andando pelas ruas de Salvador, saindo do Luís Anselmo e passando de moto por alguns bairros nobres da cidade, sempre observo uma pessoa com cones de sinalização, farda laranja, chapéu e apito em frente a escolas particulares. São os Monitores credenciados da Transalvador, que estão ali para organizar o trânsito e garantir a segurança dos alunos que chegam de carro, van ou até mesmo de ônibus.
É muito comum a maioria das escolas particulares em bairros nobres contarem com esses profissionais. Parando para analisar, essa atenção não deveria ser justa?
Por exemplo, no Luís Anselmo temos duas escolas, incluindo creches e ensino fundamental. No Matatu e na Vila Laura, a mesma coisa. Mas não há ninguém com farda laranja, chapéu e apito ao redor dessas escolas. Por que será? Ah, lembrei: não são bairros nobres de Salvador.
Eu te pergunto: qual é a diferença entre as escolas dos bairros nobres e as escolas dos bairros periféricos? A resposta é simples, rápida e objetiva: ali estão os filhos dos poderosos e grandes políticos.
Até quando a periferia só será lembrada em ano eleitoral? Até quando nossas crianças vão estar nas portas das escolas, às vezes atravessando sem nenhum tipo de segurança, sem faixa de pedestres ou placas que sinalizem a existência de uma escola por perto?
A periferia só serve para votação na urna eletrônica?
Vamos continuar trazendo pequenas observações, pois infelizmente, em pleno século XXI, a desigualdade impera e as prioridades não são justas. Lutamos para que sejam. Nossa comunidade merece respeito e igualdade. Somos pagadores de impostos como qualquer outro cidadão, mas não vemos esse retorno em serviços públicos de qualidade ou em infraestrutura adequada.
Por: Vitor Moreira