No último sábado, 1º de novembro, bolsistas e comunicadores convidados ouviram sobre o papel do jornalismo local na promoção da democracia e do desenvolvimento sustentável, além de como pensar novos caminhos e acessos para o jornalismo local. A mesa faz parte da 3ª Conferência de Jornalismo de Favelas e Periferias, que ocorre na Rocinha.
O primeiro painel do dia foi mediada por Paulo Talarico, da Agência Mural, e teve contribuições de Artur Romeu, diretor da organização Repórteres Sem Fronteiras, e Ieva Lazareviciute, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Ambos abordaram como o jornalismo local se torna valoroso em uma conjuntura em que as fake news atacam as democracias de forma cada vez mais latente.
Ela destacou a importância do consumo de um jornalismo que seja de fato de qualidade e dialogue com a realidade da população. A assessora de desenvolvimento territorial também salientou o fortalecimento da participação social em diferentes temáticas, considerando a proximidade de atingir os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável até 2030.
Ieva também pontuou caminhos, como unir espaços de diálogos para que todos possam estar na mesma mesa de decisões e soluções.
“Hoje, observamos uma erosão de espaços de diálogos diferenciados, diálogos esses que chegam em soluções. A comunicação digital traz uma fragmentação de pontos de vista. Por isso, jornalistas como vocês [bolsistas e comunicadores presentes] são essenciais para compartilhar a bolha do que é viver a vida como ela é. Até porque desenvolvimento sustentável também são direitos humanos, sociais e políticos”, afirmou Ieva.
A Repórteres Sem Fronteiras é uma organização internacional que preza o direito à informação. O diretor Artur Romeu sinalizou que o jornalismo é como um catalisador de acesso a direitos e destacou as iniciativas de comunicações locais como ferramentas de rompimento de bolhas informativas. Ele também salientou a importância do acesso a fomento público.
“O jornalismo local em contraste com a comunicação digital furam bolhas de concordância e amplia o repertório de um território. Porque nem sempre aquilo que engaja tem a ver com a relevância pública. Nesse sentido, o jornalismo de proximidade é um promotor de coesão social e fortalecimento democrático.”
A 3ª Conferência de Jornalismo das Favelas e Periferias é apresentada pela Fundação Itaú, e conta com o apoio da Fundação Konrad Adenauer, Fundo de Apoio ao Jornalismo, Meedan e ARTIGO 19.
SOBRE O FALA ROÇA
O Fala Roça é uma associação dedicada a fazer jornalismo a partir da Rocinha, com a missão de promover a cultura, a identidade e a representatividade da favela sem, contudo, romantizar as dificuldades. O veículo busca construir narrativas mais humanas, focando nas pessoas e utilizando o jornalismo de soluções para promover melhorias no território.
SOBRE A AGÊNCIA MURAL DE JORNALISMO DAS PERIFERIAS
Fundada em 2010, a Agência Mural é uma organização sem fins lucrativos com a missão de reduzir a desigualdade informacional nas (e sobre as) periferias da Grande São Paulo, contribuindo para o combate a estereótipos e outras formas de desigualdade.




