Uma carta assinada por ex-presidentes, parlamentares e estudiosos afirma que os atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o dia 7 de Setembro representam uma “insurreição” e ameaçam a democracia no Brasil. O documento, divulgado nesta segunda-feira (6), revela que diversos países estão com os olhares voltados ao Brasil e deixa claro que a comunidade internacional não vai tolerar rupturas democráticas.
Na última sexta-feira (3), a embaixada dos Estados Unido no Brasil alertou aos cidadãos americanos sobre o risco de confrontos durante os protestos programados para esta terça-feira (7). Agora, os demais países – incluindo os EUA – alertam para a “marcha nacional” de Bolsonaro e seus aliados e revelam temores de “um golpe na terceira maior democracia do mundo”.
“O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados – incluindo grupos supremacistas, policiais militares e servidores públicos em todos os níveis do governo – estão preparando uma marcha nacional contra a Suprema Corte e o Congresso em 7 de setembro, alimentando temores de um golpe na terceira maior democracia do mundo”, afirmam.
A carta é assinada pelo ex-primeiro-ministro da Espanha José Luis Rodriguez Zapatero, pelo ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper, e pelo ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo, além de Noam Chomsky, do filósofo e professor, Cornel West, do vencedor do prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, e de políticos europeus.
Congressistas americanos e brasileiros, como o petista Arlindo Chinaglia, também estão entre os signatários, além de deputados suíços, alemães, colombianos, peruanos, argentinos, uruguaios entre outros.
Os signatários ainda remontam a escalada dos ataques de Bolsonaro contra instituições democráticas nas últimas semanas e mencionam o desfile militar inédito, realizado em 10 de agosto, em Brasília.
“Bolsonaro e seu governo tem ameaçado – diversas vezes – cancelar as eleições presidenciais de 2022 se o Congresso não aprovar seus reformas”, diz a carta. O documento ainda revela que congressistas brasileiros já alertam que as mobilizações para o 7 de Setembro tem sido feita nos moldes nos moldes da invasão ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.
“Estamos seriamente preocupados com a ameaça às instituições democráticas do Brasil – e estamos vigilantes para defendê-las antes e depois de 7 de setembro. O povo brasileiro tem lutado por décadas para proteger a democracia de um regime militar. Bolsonaro não deve ter permissão para roubá-la agora”, finaliza o texto.