Uma competição realizada no último fim de semana movimentou a praia de Amaralina, em Salvador, reunindo representantes da nova e da velha guarda do surfe local. Organizado pela Associação de Surf de Amaralina (ASA), o torneio contou com 30 atletas divididos nas categorias iniciante, open e master. Não faltaram boas ondas e um clima de confraternização entre os participantes.
“Mais do que um encontro de amigos, o evento tem como proposta capacitar os atletas locais para competições da confederação baiana e brasileira de surf. A gente percebe que, por conta da violência urbana, muitos pais preferem manter os jovens dentro de casa. Mas, nesse movimento, acabam esquecendo de algo essencial: a qualidade de vida. E o surf é exatamente isso — é esporte, é saúde, é transformação.”, destacou o presidente da ASA, Fernando Guedes.

Há mais de uma década residindo fora do Brasil, Mestre Marcão , de 63 anos, há mais de 50 anos se divide entre rodas de capoeira e as ondas do “quebra-coco”:
” A capoeira auxilia muito nos movimentos e manobras do surf. Tenho vários atletas que praticavam a capoeira e depois tiveram uma melhora em cima da prancha. A ideia é desse evento é justamente fomentar a pratica do surf entre s jovens da região mantendo legado de grandes surfistas como Olimpinho, Neidson, Nenel, Molenga, dentre outros”.

Um dos pioneiros na fabricação de pranchas na região de Amaralina, Nelson Moreira Filho, 61 anos, mais conhecido como Nenel é reconhecido entre a velha guarda como um dos grandes expoentes da modalidade na região:
“Surfo há mais de cinquenta anos. A primeira geração foi a de Jorge Tourão, um dos pioneiros do surf e também salva-vidas aqui em Amaralina. Eu pertenço à terceira geração. Mesmo sem patrocínio e conciliando o esporte com o trabalho na construção civil, tive a chance de disputar o campeonato brasileiro no Rio de Janeiro. O surf vai muito além das ondas — ele tem formado cidadãos conscientes e comprometidos com a sociedade.”

Representando a nova geração do surf local, o jovem Guilherme Melo, de 17 anos e morador do Nordeste de Amaralina, estreou em competições com entusiasmo.
“O incentivo ao esporte é fundamental. O surf me deu a chance de conhecer pessoas novas e viver experiências diferentes. Ganhei minha primeira prancha aos 11 anos, mas só comecei a evoluir de verdade quando me aproximei da galera aqui da Amaralina. Foi ali que tudo começou a fluir.”
