A Bahia acumula mais de 11 mil casos de HIV e Aids entre janeiro de 2023 e agosto de 2025. O dado chama a atenção pela continuidade da epidemia e pelo impacto à população jovem.
Queda entre adolescentes, mas números ainda expressivos
Apesar da tendência geral de queda, os adolescentes ainda representam um contingente relevante: 168 casos foram registrados na faixa etária dos 10 aos 19 anos nesse período.
A taxa de detecção em adolescentes de 14 a 19 anos caiu entre 2024 e 2025: passou de 13,9 por 100 mil habitantes para 7,0 por 100 mil. Esse recuo é positivo, mas ainda evidencia um cenário que requer atenção contínua.
Contexto estadual da epidemia
Outros grupos permanecem mais afetados: jovens de 20 a 34 anos concentram mais de 5 mil diagnósticos, seguidos pelas faixas de 35 a 49 anos, com mais de 3,6 mil casos.
No total, 72% das notificações foram em homens, enquanto 28% em mulheres. Alguns municípios com maior incidência são Rodelas, Paulo Afonso, Itacaré, Itabela e Salvador.
Perfil dos adolescentes e desafios enfrentados
O ambiente socioeconômico e comportamental dos jovens contribui para o panorama atual: início precoce da vida sexual, falta de uso de preservativos e ausência de orientação adequada em família e na escola. Em muitos casos, meninas adolescentes se envolvem com homens mais velhos, associados ao tráfico de drogas ou com múltiplos parceiros, o que eleva o risco de contaminação.
Resposta das autoridades de saúde
As autoridades reforçam a importância de ampliar o acesso a preservativos, intensificar campanhas de testagem rápida e fortalecer a educação sexual nas escolas públicas. As ações de prevenção também contam com a integração entre a atenção básica, serviços especializados e redes de apoio social.
Panorama nacional
No cenário nacional, houve aumento na testagem e no diagnóstico precoce de HIV entre 2023 e 2024. Além disso, o acesso à profilaxia pré-exposição (PrEP) dobrou, atingindo mais de 100 mil usuários em 2024.
Embora a queda da taxa de detecção entre adolescentes seja um avanço, o número acumulado de mais de 11 mil casos em pouco mais de dois anos e meio mostra que a Bahia ainda enfrenta uma epidemia persistente. É necessário redobrar os esforços de prevenção, testagem e tratamento, com foco especial nos adolescentes e jovens — grupos vulneráveis que precisam de atenção ampliada e estratégias educativas mais eficazes.
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