Wanderson Papaterra Matos, 17 anos, é a mais nova revelação dos campos de várzea do Complexo Nordeste de Amaralina. Filho do jardineiro, Marcos Anderson Trindade Matos, e da funcionária pública, Fabiana Correia Papaterra, o volante oriundo das peladas do campo do Bariri e do Areal, é o mais novo reforço do sub-17 do Internacional de Porto Alegre.
Nascido e criado na Rua Boa Vista, Wanderson tem forte ligação com o bairro onde arriscou seus primeiros chutes. Ex-aluno da Escola Teodoro Sampaio, na Santa Cruz, o garoto sonha que os jovens da comunidade possam, assim como ele, superar as inúmeras barreiras comum a todos aqueles nascidos na periferia:
“Amo tudo do Nordeste. A única coisa que eu gostaria de mudar é que a galera não se deixe levar para o paredão, cachaça, drogas e etc. Quero que o que aconteceu comigo criem esperanças neles também”, explica.
O inicio no futebol foi nos babas, disputados de forma despretensiosa pelos campos do bairro, embora em seu íntimo, Wanderson já guardasse o desejo comum a quase que 100% entre os garotos nascido no país do futebol. Fã do volante da Seleção Brasileira Casemiro, o quiça futuro volante do escrete canarinho, teve sua primeira grande oportunidade durante uma peneira, promovida pelo Vitória, no Campo da Bariri. Aprovado, o jovem seguiu no rubro-negro até chamar à atenção do Colorado gaúcho.
“Fiz um teste no Bariri no final de 2018 e em 2019 me ligaram mandando eu me apresentar. Fiquei 4 anos no Vitória, onde fui campeão baiano no ano passado”, conta.
” A diretoria do Inter já vinha me observando desde o ano passado. Eles queriam me contratar em definitivo, mas o Vitória não aceitou. Eles então mandaram a proposta de um contrato de empréstimo de dois anos”, acrescenta o atleta.
Em Porto Alegre há pouco mais de um mês, Wanderson afirma ter tido as melhores impressões da cidade, do clube e dos companheiros:
“Gostei muito da cidade. A estrutura do Internacional é muito boa. Além disso, as pessoas me abraçaram de verdade aqui”.
A distância, no entanto, não faz com que o jovem perca a suas raízes. De acordo com ele, a visão preconceituosa lançada sobre o Nordeste serve de motivação:
“É o lugar onde cresci e aprendi a ser homem, apesar da pouca idade. É um lugar maravilhoso, de pessoas do bem. Meu maior sonho é poder proporcionar pra moleques daqui as mesmas coisas que estou viivendo O mau olhado que as pessoas têm em relação ao nosso bairro me deu ainda mais força para ir em busca do meu sonho. Vou mostrar que o Nordeste não é nada disso que eles pensam”.