Um sucesso. Assim pode ser definida a primeira edição da Feira Literária do Polivalente de Amaralina, realizada entre os dias 18 e 20 de outubro, na própria sede da unidade, no Beco da Cultura. Durante os três dias de programação, foram realizados debates e atividade tendo como principais temas as questões antirracistas, antissexistas e antiLGBTQIA+fóbicos .
“Os meninos produziram coisas fantásticas, como por exemplo, o desfile que foi feito em umas das oficinas onde foram coroadas rainhas e rei negros. Isso foi realmente lindo. Você perceber crianças falando sobre as suas dores, no que tange às suas belezas, e depois estar no desfilando. Aqui descobrimos poetas, produções literárias, de música…A gente percebe uma dimensão muito maior do que a gente trabalha na sala de aula. Os alunos se sentiram orgulhosos de serem morador do Nordeste e estudantes do Polivalente de Amaralina”, ressaltou o professor Denilson Moreira.
Para Welinton Brito, 17 anos, aluno de terceiro ano, “o evento tem nos mostrado várias áreas que a gente ainda não tinha explorado aqui dentro do colégio”. O jovem destacou a palestra da ativista, moradora do Nordeste de Amaralina, Márcia Ministra:
“Isso ajuda a ampliar os nossos conhecimentos…O que mais me chamou à atenção foi da apresentação da professora Márcia Ministra, que ao falar do passado dela, nos mostrou que nós jovens podemos alcançar os nossos objetivos e conquistar tudo aquilo que a gente quer, através dos estudos”.
Ângela Letícia Souza, 18 anos, estudante do terceiro ano, definiu as temáticas discutidas na Flipa como “super necessárias”. Negra e candomblecista, a jovem relatou casos onde fora vítima de racismo:
“O que mais me tocou foram os debates sobre as questões dos LGBTQI+ e do candomblé. Eu sou do candomblé e essa semana minha ex-sogra me atacou dizendo que minha religião é diabólica. Ontem, durante a palestra, tudo isso foi desmentido. Me senti representada. Também já fui vítima de outras formas de racismo. Uma pessoa branca me acusou de roubo”.
