Será realizada neste domingo (19), a partir das 14h, a tradicional Festa dos Pescadores de Amaralina. O evento, que acontece há quase cinquenta anos, é promovido pelos pescadores da Colônia de Pesca Z-1, com apoio do Nordesteusou e do Governo da Bahia. O ato reunirá na orla do bairro adeptos do candomblé e moradores da região, em uma programação que envolve elementos do sagrado e do profano.
A programação começa com um cortejo saindo do Largo da Olaria em direção à praia, onde será realizado um Xirê – uma roda ou dança dedicada à evocação dos Orixás. Seguindo a tradição, uma embarcação com pescadores partirá em seguida para oferecer um presente a Iemanjá, a grande homenageada do dia.
HISTÓRIA
A tradição já dura quase meio século. Os mais antigos explicam que a festa começou na década de 1970, quando a construção de um emissário submarino no Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, acarretou na mudança de local da colônia de pesca do bairro. Os pescadores então se dividiram: enquanto uma parte migrou para o Largo de Santana, outro grupo se alojou em Amaralina. Assim, surgiu a Colônia de Pesca Z-1.
Desde aproximadamente o ano de 1923 (segundo o historiador Cid Teixeira), os pescadores já tinham o hábito de cultuar Iemanjá e fazer a entrega do presente no dia 2 de fevereiro. Os pescadores assentados na nova colônia criaram a tradição do presente de Amaralina. A data escolhida foi o primeiro domingo após a Lavagem do Bonfim.
No livro “Traços e Laços – Memórias da Região do Nordeste de Amaralina”, Dona Carmelita Santos, antiga moradora do bairro e frequentadora assídua da celebração, explica que “a festa do Rio Vermelho era para ‘beber e se divertir’, e na Amaralina era para dar o presente a Iemanjá”.
FESTA
Entre o final dos anos 1970 e meados dos anos 1990, a entrega do presente de Amaralina era cercada de grande expectativa na comunidade. Palco, barracas de bebidas e comidas movimentavam toda a região da praia. O sagrado e o profano se misturavam. O alvoroço começava no sábado à noite e culminava com a entrega dos balaios no meio da tarde de domingo.
