Ginga que ensina: a força da capoeira no Festival da Juventude do Nordeste de Amaralina

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Neste sábado (24), o tradicional grupo de capoeira Gingado Baiano, sob a condução do Mestre Morcego, se apresentou no Festival da Juventude do Nordeste de Amaralina, realizado no Colégio Estadual Polivalente de Amaralina. Com os jovens no centro da roda, a capoeira compartilhou e expressou toda sua emoção e ancestralidade no Beco da Cultura.

Muito além de uma atividade escolar, a primeira edição do Festival da Juventude do Nordeste de Amaralina firmou-se como um movimento coletivo de valorização cultural, de preservação da memória e fortalecimento das identidades locais. Ao longo dos três dias de celebração, o Beco da Cultura transformou-se em palco de vivências artísticas, saberes populares e encontros entre as gerações.

Para a culminância do festival, “O dia da família no Colégio”, o grupo Gingado Baiano levou ritmo e herança cultural ao coração do evento. A roda, formada principalmente por crianças e adolescentes, encantou e emocionou o público presente. Mais do que uma exibição cultural, a apresentação representou uma ocupação simbólica da escola por jovens que celebram e reafirmam suas raízes afro-brasileiras.

Janaína Pascoal, 11 anos, capoeirista e estilista em formação, definiu a capoeira com brilho nos olhos: “Fazer capoeira é muito mais do que um exercício. Eu amo porque é também aprendizado, força, respeito e realização.”

Para Ângela Beatriz, 13 anos, a capoeira é fundamental para a formação cidadã e o reconhecimento da cultura ancestral: “Sempre tive uma ligação com o esporte, e para mim a capoeira é muito importante. Além de aprendermos os movimentos, as cantigas e os instrumentos, a capoeira traz a história da nossa cultura afro-brasileira e ensina valores essenciais para a vida, como disciplina, educação e respeito. A capoeira precisa ser valorizada, e trazê-la para dentro das escolas é fundamental para que mais jovens negros conheçam suas raízes.

Ao som do berimbau e nos corpos que se movem em roda, a capoeira se afirma como prática educativa, expressão cultural e ferramenta de resistência. No Festival da Juventude, ficou evidente que a escola pública precisa se abrir às vozes, corpos e saberes que a compõem.

Quando a comunidade ocupa o espaço escolar com arte, identidade e protagonismo, a educação se torna de fato transformadora. A juventude do Nordeste de Amaralina provou que não apenas participa: ela cria, ensina e faz da cultura sua forma de existir, resistir e reinventar o mundo.

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