Eis que as suspeitas iniciais se confirmaram. Como bem analisado aqui mesmo no portal “A Postagem” no dia 28 de janeiro, a história do Coronavírus carecia de explicações. Aliás, a história completa do Coronavírus ainda está recheada de fatos extremamente suspeitos ou circunscritos em uma ampla gama de coincidências suscetíveis a investigações rigorosas – que muito provavelmente surgirão em futuro próximo. Inclusive está suscetível a análises a forma como os próprios conglomerados de imprensa internacional tratam do assunto. De um ponto de vista da estratégia geopolítica, o Coronavírus foi uma cartada da Geopolítica global. E o tiro pode ter saído pela culatra também.
Foi levantada a hipótese ainda em janeiro de que a China foi alvo de uma Bioweapon – termo em inglês para designar uma categoria de arma de guerra não-convencional de difícil contenção e rápida propagação. O fato de haver uso de uma arma não-convencional é indício mais do que natural de um aspecto que já vem sendo estudado com amplitude em tempos recentes, as chamadas guerras híbridas ou Unconventional Warfare, expressão cunhada em artigos de estratégia militar do Pentágono ainda na década de 1990 ao tratar do perfil dos conflitos internacionais na era digital. Organizações e think tanks como a PNAC – sigla para Project for a New American Century ou “Projeto para um Novo Século Americano” de 1996 indicam coisas que vão muito além da má fortuna.
Este recurso de guerra está inteiramente inserido num contexto propício para tal, a chocante escalada de demonização propagandística da China levada como projeto político, econômico e cultural em meio as transformações estruturais do cenário de xadrez global.
A China desponta como uma enorme potência emergente cujo “norte” já está muito bem estabelecido no sentido de se impor no jogo Mundial dentro do desenvolvimento econômico, político e cultural. Sua meta é estabelecer um lugar de proeminência global. Esta atitude, propiciada por 40 anos de crescimento econômico ininterrupto – uma consequência direta das políticas de Deng Xiaoping – colocou a China como um grande contendor ou “player” global.
A História da Humanidade já nos deixou muitos aprendizados sobre isso. O despontar de nações e a elevação de antagonismos no campo da Economia Política em meio as disputas de matérias primas, mão de obra e mercados consumidores sempre terminou de maneira bélica. Não houve, nem de longe, indício algum que o fim da Cortina de Ferro em princípios de 1990 teria trazido “paz” para os povos. Esta crença foi engendrada na cultura de massas e inclusive endossada em círculos acadêmicos. A ideologia era de que o Mundo havia atingido a “Era de Aquário”.
Ledo engano. O Mundo não deixou de ser um lugar hostil, perigoso e disputado. Pelo contrário, o Mundo entrava ali num momento de maior risco. A China, dentro das regras do próprio Capitalismo (ou “Socialismo de Mercado” como alguns alegaram) alcançou um patamar de desenvolvimento até certo ponto inesperado. A abertura econômica promovida por Deng Xiaoping na década de 1970 era vista, até mesmo por norte-americanos como a possibilidade de não só afastar o gigante asiático do bloco soviético, isolando-o cada vez mais de Moscou, como também a possibilidade de neutralizar via “Livre mercado” uma nação milenar, exatamente como ocorreu com o Japão ocupado ou a Coreia do Sul ocupada.
que o Ocidente jamais contaria é que o politburo chinês sabia muito bem o que estava fazendo. A China jamais abandonaria o seu projeto nacional-desenvolvimentista com origens em Mao Tse-Tung e mais, tão logo as coisas acalmaram e a China reatou seus laços comerciais e políticos com a Federação Russa. A aliança sino-russa é o pesadelo geopolítico mais temido de todos para o Imperialismo ocidental desde ao menos o “Grande Jogo” (Século XIX).
Tais fatos se provariam decisivos. A gota d’água para o Império Ocidental regido pelo Consenso de Washington foi a publicização das pretensões ambiciosas de Pequim – “As Novas Rotas da Seda” (O passaporte da China como a potência dominante do século 21) e a liderança da tecnologia de ponta – o Made in China 2025. A guerra comercial entre EUA e China aberta em 2019 já denunciava que o Mundo havia entrado em um novo patamar de risco.
Curiosamente, analistas minimizaram tais fatos – acreditando se tratar de um conflito burocrático ou pior, um conflito de indivíduos “difíceis” como Trump. Ocorre que as coisas não tão simples assim. A Guerra Comercial EUA x China é a antessala da Guerra militar propriamente dita. E esta guerra já começou.
Os chineses sabem disso. Os chineses SEMPRE souberam disso. Não reverberam como alguns esperam porque a cultura com origens em Kung-Fu Tsu ou Sun Tzu impede com que o chinês sinta a necessidade de lamentar publicamente o acusar de um Golpe. Ao contrário, os chineses absorvem o impacto e respondem de maneira indireta.
A construção de um Hospital moderníssimo em Wuhan para combater o COVID-19 em inacreditáveis 10 dias é a resposta elegante que Pequim prefere. A maneira discreta de agir não impede que os chineses corram atrás dos fatos. Um inquérito já havia sido aberto na China em janeiro no sentido de estabelecer a linha do tempo do Coronavírus. O inquérito passou por todas as análises possíveis sobre o vírus e o veredicto não poderia ter sido outro: vírus trazido de fora das dependências do gigante asiático em Outubro de 2019.
As informações já começam a correr os meios de comunicação de maniera hiper discreta (por motivos ÓBVIOS). Por enquanto apenas a imprensa independente é que noticia a fala do ministro Zhao Lijian desta quinta-feira (12/03). Para o desespero do Ocidente, não só a China supera heroicamente o COVID-19 como o tiro saiu pela culatra.
Teria o Ocidente a mesma capacidade de enfrentar a doença?