A morte de Lucas Santana, 18 anos, morador da Santa Cruz, após se afogar no último domingo (7) na praia de Amaralina, expôs uma antiga reclamação dos moradores: a ausência de postos fixos do Corpo de Bombeiros ao longo da orla.
Apesar da existência de um quartel da corporação no bairro, não há estrutura montada diariamente na areia, nem mesmo em finais de semana ou feriados prolongados. A falta de fiscalização e de sinalização adequada tem gerado revolta entre a população, que cobra medidas urgentes para evitar novas tragédias.
Em entrevista ao Nordesteusou, o salva-vidas Raoni da Hora, com 17 anos de atuação, criticou a situação:
“Não tem posto armado. Fora do verão, não tem posto todos os dias, nem no final de semana. É inadmissível a gente ter um quartel do bombeiro aqui, responsável por esse serviço na área, e não ter um posto montado todos os dias, principalmente em feriados. A comunidade precisa disso.”
Além da ausência dos salva-vidas, moradores relatam que a orla de Amaralina também carece de placas de sinalização visível indicando os pontos mais perigosos para o banho de mar, como áreas de correnteza, pedras submersas e trechos impróprios. Segundo especialistas, essas medidas, quando somadas à presença de postos ativos, reduzem significativamente o risco de afogamentos, pois orientam banhistas e permitem resposta rápida em casos de emergência.
A sensação de abandono também foi confirmada por quem presenciou a tragédia. Ana Lúcia, 38 anos, moradora de Amaralina, contou que viu quando o jovem começou a se afogar:
“Eu vi quando o menino começou a se afogar. Apesar de existir um quartel do Corpo de Bombeiros aqui em Amaralina, falta fiscalização, falta sinalização. A gente se sente desprotegido.”
A comunidade de Amaralina e bairros vizinhos, como a Santa Cruz, cobra mais investimentos em segurança na orla. Para os moradores, a presença diária de postos de bombeiros e a instalação de sinalizações permanentes poderiam evitar que outras famílias vivam a dor de perder um ente querido.
O NES entrou em contato com a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros da Bahia, mas, até o fechamento da reportagem, não obteve resposta.
O Nordesteusou seguirá acompanhando os desdobramentos do caso e cobrando respostas das autoridades competentes.
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