No Dia do Samba, o Nordeste de Amaralina celebra uma trajetória que se confunde com a própria identidade cultural da comunidade. Tenilson dos Anjos Casais, conhecido artisticamente como Sinho Revolução, é um dos nomes que ajudaram a construir e manter viva a tradição do samba no bairro — das raízes do Samba Junino ao sucesso nacional.
A equipe do quadro “Sua História, Nossa História”, do Nordesteusou, esteve na casa do artista para ouvir de perto sua trajetória. A conversa se transformou em uma verdadeira viagem pela memória afetiva e musical do Nordeste de Amaralina.
Das festas da Rua do Capim ao sucesso nacional
Sinho Revolução nasceu no bairro, em 1970, e aos 16 anos já dava os primeiros passos na composição. Ao lado de amigos, fundou o grupo cultural Unidos do Capim, um dos movimentos juninos mais fortes da época. Foi dali que surgiu a canção “Revoluções”, escrita por ele e Sérgio, que se tornou um marco do movimento.
A música ganhou as ruas, chegou à banda Made in Bahia, estourou no Carnaval e se espalhou pelo país. “Foi o maior sucesso. Daí veio o nome Sinho Revolução”, relembra.
O sucesso não parou por aí. Sinho Revolução também é compositor de hits que marcaram gerações, como a famosa “Dança do Bumbum” do É o Tchan. Para ele, compor é dom:
“Às vezes tô conversando e vem uma melodia na hora. Já vira música.”
Samba Junino: a escola da vida
Em 2026, o Samba completa 80 anos de história, e para Sinho Revolução o ritmo é mais que paixão:
“Samba é minha vida. Foi e sempre será minha escola.”
E foi dessa paixão que nasceu outro legado: a banda QG do Pagode.
QG do Pagode: resistência, comunidade e reencontros
Após um período afastado da cena musical, Sinho Revolução se converteu ao Evangelho e decidiu dar uma pausa no QG do Pagode. Durante sua ausência, o amigo Itamar, conhecido como Tamá, assumiu a responsabilidade de manter o grupo vivo.
Itamar relembrou a força da mãe de Sinho:
“Antes de eu morrer, eu quero ver vocês tocando juntos de novo.”
Esse desejo será realizado. Em 2026, Sinho Revolução retorna oficialmente ao Bloco QG do Pagode, reencontrando suas raízes e reacendendo uma história que mexe com o coração da comunidade.
A persistência de Aline Silva que manteve o QG vivo
Coordenadora do bloco, Aline Silva é uma das responsáveis por manter o QG do Pagode nas ruas do Circuito Mestre Bimba.
Quando Sinho Revolução se afastou, ela foi a primeira a dizer: “Não vamos deixar o QG do Pagode morrer.”
Aline organizou vocalistas, ensaios, o bloco e manteve o QG firme por mais de uma década. Agora celebra a volta do artista:
“2026 é o ano de Sinho Revolução de novo. O Circuito Mestre Bimba vai brilhar.”
Sinho Revolução: a volta para casa
Ao saber da recepção calorosa de amigos e fãs, Sinho Revolução se emociona:
“Eu vivi isso a vida toda. É gratificante estar voltando.”
Com repertório novo e animação à flor da pele, ele até improvisou ao vivo uma música exclusiva para o quadro “Sua História, Nossa História”, mostrando que o dom continua pulsando.
Mensagem especial para o Dia do Samba
Para fechar, Sinho Revolução deixa um recado direto aos jovens e artistas do Nordeste de Amaralina:
“Não desistam dos seus sonhos. Nossa comunidade tem talentos maravilhosos. A qualquer momento, a coisa pode acontecer.”
E encerrou cantando um clássico do QG do Pagode, homenageando Amaralina, “o quintal da nossa casa”.
O samba vive — e pulsa forte no Nordeste de Amaralina
Neste Dia do Samba, celebramos Sinho Revolução, o QG do Pagode e todos os artistas que fazem da nossa comunidade um berço de cultura, ritmo e resistência.
O samba vive porque o Nordeste de Amaralina vive.
O samba continua porque nossa história continua.




