Entra ano, sai ano, e as velhas assombrações parecem ganhar força. Continuam firmes, trazendo dor de cabeça aos moradores da comunidade do Nordeste de Amaralina.
Se não bastasse a falta de ônibus coletivos, os atrasos constantes, a superlotação nos finais de linha, ainda temos um “bônus”: as famigeradas buraqueiras que se espalham por todo o complexo.
Com ou sem chuva, elas estão lá, sempre marcando presença. Mas, quando o temporal chega, o caos se multiplica. Após uma semana de chuva em Salvador, as famosas “maquiagens” feitas nas ruas derreteram com a enxurrada, revelando a verdadeira paisagem urbana.
Descendo pela ladeira do Santo André, no Vale das Pedrinhas, a já conhecida boca de lobo — alvo de inúmeras denúncias por parte da população — voltou a dar as caras. Na verdade, a bem da verdade, ela nunca foi embora, né?

Água de esgoto escorrendo pelos cantos, mau cheiro insuportável, o risco de leptospirose e outros problemas de saúde à espreita. É esse o cenário que tira a paz de quem vive na região — inclusive dos fiéis da Paróquia Santo André, que passam por ali todos os dias.
Sem solução concreta à vista, resta apelar para a providência divina. Porque, tratando-se da Dona Embasa, já sabemos: a espera é longa, interminável. E, como estamos perto do apóstolo André, não custa nada mandar aquele pedido:
“Valei-me, meu Santo André, dá-me uma forcinha.”
Cadê a Dona Embasa? Estamos por aqui! Dê-nos ao menos um sinal!
Ainda no Vale das Pedrinhas, agora na Rua dos Posseiros, outro buraco se impõe. E, com ele, os prejuízos. Idosos, crianças, pedestres em geral — todos convivem com a lama, o risco de quedas, o abandono.
Subindo a ladeira da Serra Verde, já no Nordeste, encontramos outro problema antigo. O buraco na via principal já virou parte da paisagem. Sempre ali, firme e forte. Um verdadeiro obstáculo na vida de quem tenta atravessar a pé, obrigando o morador a praticar malabarismo urbano para seguir seu caminho.
Para os motoristas — de carros ou motos — a situação é ainda mais crítica. Resta apenas confiar no braço e na habilidade, desviando como pode para evitar acidentes e prejuízos financeiros com a suspensão ou os pneus do veículo.
Com tantos buracos espalhados pelo Vale das Pedrinhas, Santa Cruz, Nordeste e Chapada do Rio Vermelho, já até perdemos a conta. E isso só escancara a falta de infraestrutura que assombra a comunidade.
Ah! E não dá pra encerrar sem falar dele… o lendário buraco da Ladeira da Praça! Quem é do Nordeste sabe: quem não lembra dele, não é cria. A quantos anos ele resiste? Segue firme, como um velho conhecido — um símbolo do descaso.

Dizem que ele passa bem, obrigado. Mas por quanto tempo mais? Enquanto isso, seguimos por aqui, apurando, denunciando e aguardando providências da Excelentíssima Dona Embasa e da Prefeitura de Salvador. Que a resposta não seja apenas mais um jogo de empurra-empurra ou uma nova camada de maquiagem.
Queremos solução. E com urgência!