Por Luis Lago
Na última sexta-feira (7) um trágico acidente vitimou a cantora Marilia Mendonça, aos 26 anos. Mortes trágicas e prematuras como a da “Rainha da Sofrência”, trazem à tona uma verdade incômoda e incontestável a respeito da vida: não sabemos como, nem quando ela termina. Além dos impactos da morte naqueles que continuam. A morte não respeita uma carreira brilhante, uma vida toda pela frente ou um filho pequeno para criar. Não se importa com nenhum plano ou projeto. Não é linear. Nós convida a confrontar o rumo das nossas vidas e do nosso papel na sociedade. O que temos feito até aqui? Quais nossas contribuições? Momento de refletir, questionar e ressignificar nossos passos na relação conosco e para com o próximo
Infelizmente, vivemos em uma sociedade que não nos prepara para lidar com a partida e a perda. Muitos cumprem sua missão, se vão e deixam um vazio eterno. Nós últimos dias, motivado pela partida repentina da artista, foi abordado à exaustão sua vida e obra. Mas para aqueles que convivem com ansiedade, depressão e outras questões emocionais todos esses acontecimentos tendem a potencializar ao nível máximo. A própria cantora em vida levantou a bandeira da causa, pois enfrentou questões ligadas a ser mulher cantando sertanejo, padrão de beleza, e afins. Como lidar?
Gente, vamos nos atentar, pois a Marília cantou a sofrência. E nos últimos dias o conteúdo foi intensificados nas diversas plataformas musicais. Cuidado com o excesso de consumo de conteúdos dessa natureza…Coisas que te levem para baixo… Isso pode acabar despertando gatilhos em você! Já estamos enlutados com os traumas coletivos. Não deixe que a vulnerabilidade do momento caia como uma bomba em sua saúde mental.
Sinta sua dor, viva seu luto, fique em lágrimas, se permita… Mas como diria Marília: “Supera”, tá bom?!”. Saiba como encarar a perda, a morte, a dor. Dói, mas ensina. Amadurece e nos fortalece. Faz parte do processo natural da vida. Se permitir sofrer é um grande aprendizado. Superar é um processo, e parte fundamental desse processo é sentir.
Além disso, é entender que nesta caminhada nem sempre se está só. Apegado ou não a fé, possivelmente se encontram pessoas que auxiliam nos percalços da vida e deixa o caminhar maleável. Como bem vimos nas demonstrações de afetos das cantoras e amigas Maiara e Maraísa: dor existe, mas o afeto e amizade vai até depois do fim. Se abracem!