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[Coluna NES] E eu com isso?

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Por Betho Wilson

“Quando a última árvore for cortada, o último peixe for pescado e o último rio envenenado, só então perceberemos que não se pode comer dinheiro”.
(Ditado nativo-americano)

Começo a coluna dessa semana com essa frase de índios nativos da América do Norte porque ela deixa claro e evidente a gravidade do mau comportamento que temos em relação à natureza onde preferimos sobrepor do que integrar com o ambiente ao nosso redor.

O título que escolhi para a coluna é uma das respostas mais frequentes que ouço de pessoas das mais diversas características e classe social, “E eu com isso?”

Ter de explicar o óbvio, muitas vezes para adultos e jovens tidos como esclarecidos é deveras cansativo, imaginar que habitar um planeta que nos dá absolutamente toda a condição de viver, que é literalmente nossa casa e ainda assim contribuirmos com a sua destruição beira a ignorância.

No mês que celebramos a luta dos indígenas brasileiros e que ocorre a reunião dos líderes mundiais em Nova Iorque na sede da ONU para tratar sobre o clima, vemos aqui no nosso país governado por negaciosismo recordes de desmatamento na Amazônia, os mesmos deslizamentos de encostas, alagamentos causados por bueiros entupidos pelo descarte inapropriado do lixo é com eles doenças como a zika, dengue e chikungunya, a dispensa de milhares de metros cúbicos de esgoto muitas vezes sem tratamento direto no mar contaminando a areia que caminhamos e os peixes que nos alimentamos. Esperamos dias melhores, mas não fazemos nada para que esses dias cheguem com mais consciência é responsabilidade socioambiental.

Nossa comunidade tem uma localização incrível. Geograficamente estamos diante de uma enorme faixa de mar e, por outro lado, temos o parque Joventino Silvia com seus 720 mil metros quadrados de área verde, pura Mata Atlântica nativa da costa brasileira.

Sou um frequentador assíduo do parque, tanto de sua área de lazer comum quanto do seu ponto de mata fechada, caminho entre árvores típicas como ipês, jaqueiras, mangueiras, sapotizeiros, dando de cara com a farta fauna, ponto forte nessa categoria de vegetação, lá, ainda, colho folhas tidas como sagradas para mim e para pessoas de matriz africana como eu, encontro vestígios da passagem de algumas pessoas que abandonou seus resíduos sólidos a esmo na mata o que me faz refletir diariamente sobre o descaso e a péssima relação que nós humanos temos com a natureza ali no parque da Cidade.

A quantidade e variedade de lixo encontrado no entorno e até mais à dentro, as invasões indevidas, a caça criminosa de animais endêmicos meramente por lazer, o uso religioso das instalações e pontos de morro feito sem nenhum cuidado com a integridade dos areais encontrados no bioma, são alguns dos muitos pontos que observo para além da ação de zelar e fiscalizar do poder público. Precisamos cuidar e não só exigir que cuidem.

“O homem é a mais insana das espécies. Adora um Deus invisível e mata uma natureza visível… sem perceber que a Natureza que ele mata é esse Deus invisível que ele adora.” (Hubert Reeves)

Existe um triste pensamento compartilhado por muitos de que ninguém muda. Escuto isso bastante da boca de homens e mulheres que, na minha opinião, desculpam seu descaso e apatia num suposto cansaço que os impedem de conscientizar os mais novos com quem convivem. Não seja um jovem e nem um adulto omisso, não! Faça sua parte na luta pela cura de nosso planeta. Todos nós dependemos dele. A luta não está apenas lá na Amazônia ou nos polos, na diminuição de gases poluentes ou de plástico no mar, a luta está aqui, em nós numa conscientização de que somos o meio ambiente e não apenas estamos nele.

Redação NES
Redação NES
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