Oh! Mundo tão desigual… Tudo é tão desigual… Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô! Oh! De um lado esse carnaval… De outro a fome total.”
Surfando nas ondas dos versos da canção de Gilberto Gil, vamos falar sobre a triste realidade vivida pelos moradores da Comunidade do Pé Preto, onde foi inaugurada recentemente uma nova escola municipal e um novo complexo esportivo de primeiro mundo. Parabéns à Prefeitura por essa entrega. Porém, a poucos metros desse conjunto de obras lindas e fantásticas, vivem centenas de famílias morando em barracos sem saneamento básico, no meio de cobras, escorpiões, insetos e à mercê de doenças.
Pé Preto. É assim que se chama a localidade que, apesar de estar dentro do Nordeste de Amaralina, poucas pessoas conhecem, e muitas nunca ouviram falar. Situado próximo ao Parque da Cidade e ao bairro da Pituba, o morro do Pé Preto é uma região totalmente desassistida pelos órgãos competentes. O local foi construído em um morro pelos próprios moradores. Morro esse onde habitam famílias que clamam por socorro, clamam por uma moradia digna e por todos os direitos que a constituição lhes garante.
Com tábuas de madeira e telhas de “eternit”, as famílias que habitam no morro constroem suas casas. Lá existe todo tipo de dificuldade. O local possui uma grande quantidade de crianças e recém-nascidos que acabam expostos a uma série de doenças.
“Eu queria que a gente fosse mais visto. A gente não é visto por ninguém. A gente não é muito lembrado”, disse uma moradora antiga do morro, que fez questão de enfatizar a falta de energia elétrica e abastecimento de água. Há cerca de um ano, uma equipe da Prefeitura Municipal de Salvador esteve no local cadastrando as famílias para pagar auxílio moradia a fim de realizar uma obra de revitalização do local. Porém, o auxílio não veio e tão pouco a tão sonhada obra. A comunidade do Pé Preto pede socorro. Até quando vamos continuar vivendo assim?