Nascido e criado no coração do Nordeste de Amaralina, Leonardo José, de 23 anos, acaba de alcançar um feito histórico: assumir a Diretoria de Assistência e Permanência Estudantil da União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade com mais de 85 anos de história e que representa milhões de universitários em todo o Brasil.
A conquista de Léo é mais do que um título é um símbolo de superação e resistência. Estudante do Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades na UFBA, ele representa a juventude periférica que, mesmo diante das dificuldades, constrói novos caminhos e transforma sua trajetória em instrumento de luta coletiva.
Uma jornada marcada pelo protagonismo estudantil
O despertar para a militância começou ainda no Colégio Estadual Manoel Devoto, onde presidiu o Grêmio Estudantil e defendeu uma escola pública mais inclusiva, acolhedora e transformadora. Logo depois, foi eleito presidente da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (AGES), num processo democrático que mobilizou milhares de jovens.
No comando da AGES, Léo liderou campanhas contra o aumento da tarifa de ônibus, defendeu o Passe Livre, enfrentou a precariedade do transporte público e incentivou a participação da juventude negra nos espaços de decisão. Sua atuação também rendeu conquistas importantes, como o recorde histórico de emissão de títulos de eleitor entre jovens em Salvador e o reconhecimento da AGES como principal entidade de representação estudantil da cidade.
Experiência que vai além da sala de aula
Na União Estadual dos e das Estudantes (UEES), onde foi diretor de Esportes, Léo articulou ações de arrecadação de alimentos para o programa Bahia Sem Fome e promoveu o esporte como ferramenta de transformação social.
Agora, na UNE, ele carrega a missão de fortalecer as políticas de permanência estudantil, lutando para transformar o Plano Nacional de Assistência Estudantil em lei e garantir que recursos do Fundo Social do Pré-Sal sejam destinados à educação. Entre as bandeiras históricas do movimento, ele defende 10% do PIB para a educação e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para moradia, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital e combate à evasão escolar.
“Nada sobre nós, sem nós”
Mais do que cargos e funções, a trajetória de Leonardo é marcada por humildade, solidariedade e consciência de classe. Para ele, é essencial que a juventude periférica conheça seus direitos, compreenda a política e exerça um voto consciente, capaz de transformar realidades.
O nome de Léo na UNE não é apenas uma vitória pessoal — é um recado direto: a periferia está ocupando espaços e fazendo história.
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