Projeto transformou pessoas comuns em grandes modelos fotográficos.
No último sábado, 12, o Nordeste de Amaralina recebeu o Festival Estúdio África. A ação reuniu fotógrafas baianas que criaram estúdios de rua para fotografar pessoas do bairro. A iniciativa integra o projeto Estúdio África e é resultado da residência artística com a premiada fotógrafa africana Fatoumata Diabaté.
De acordo com Goli Guerreiro, antropóloga e idealizadora do projeto, foi um momento de potencializar os talentos da comunidade através das lentes.
“A periferia é o berço da produção cultural brasileira, é nela que surgem as ideias e as práticas, então nada mais justo que sejam realizadas na fonte”, explicou.
Ainda segundo Guerreiro, quando se pensa em riqueza cultural não se pode deixar de relacionar com o Nordeste de Amaralina.
“É envolvimento das pessoas com essas práticas artísticas… Ainda mais quando o lance vem inspirado por referenciais africanas, como é o caso do Estúdio África que nasce da pesquisa sobre fotografia africana. Aí é identificação total! Foi maravilhoso e agradecemos muito o acolhimento e a participação vivona da comunidade. Valeu Nordeste!”, destacou.
As três fotógrafas Ana Dumas, Larissa Paixão e Marina Alfaya montaram seus estúdios inspirados no reggae baiano.
Na oportunidade diversos moradores foram convidados para montar um look e realizar um ensaio profissional gratuito.
“São lugares onde as políticas públicas não chegam com muita frequência. As pessoas são receptivas, sendo um bairro muito visual e sonoro. Tem um comércio forte, escada colorida, foi algo especial”, comentou Dumas sobre o evento que durou quatro horas.
A comerciante Maria Santos, 56 anos, mesmo se sentindo envergonhada, resolveu participar. “Estou me sentindo poderosa! Estava estremecida com meu relacionamento, fui comprar pão e fui atraída pela curiosidade. Chegando lá, fiquei tímida, porém depois aproveitei”, comentou aos risos.
