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Saiba como surgiu a Caminhada do Povo de Santo do Nordeste de Amaralina

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Combater a intolerância e desmistificar as armadilhas impostas pelo preconceito, além de mostrar a cultura que é o candomblé, que vai muito além de uma religião. Foi com base nessas premissas que foi idealizada a Caminhada do Povo de Santo do Nordeste de Amaralina.

De acordo com o diretor jurídico do NES e organziador da Caminhada, o surgimento do ato “veio da necessidade de fazer um contra ponto ao racismo religioso”.

“É nosso papel manter viva a história e a tradição da comunidade de santo do Nordeste de Amaralina, para além de uma religião que precisa ser defendida. Temos aqui casas e terreiros com mais de cem anos de atividade”.

A primeira edição do já tradicional ato ocorreu em 2011 e teve o já falecido babalorixá João Luis, como grande patrono. Como lembra Almir Odun Ará, do Afoxé Bamboxê:

“Havia na época uma discussão sobre essa questão da unidade no candomblé, da desunião… Mas, foi o babalorixá João Luis quem levantou a tese de que deveríamos organizar uma caminhada levando toda a comunidade de santo do bairro. Reunimos o povo, fomos aos terreiros e montamos a primeira caminhada do povo de santo com o título Gangazumba. A organização contou com a participação do Bamboxê, do Nordesteusou, dentre outras pessoas que também abraçaram a idéia. Fomos para cima e colocamos todos os pais e mães de santo na rua. Fizemos uma caminhada grande, bonita. Isso foi um marco nunca feito que é colocar o povo de matriz africana nas ruas do bairro”.

2023 – Em sua 9ª  edição a caminhada terá a luta contra o racismo religioso como tema principal. O evento acontecerá no dia 4 de junho, com saída do final de linha do Nordeste. o evento reunirá representantes dos terreiros da região, além de simpatizantes e adeptos das religiões de matriz africana. A novidade fica por conta das participações do grupo de dança da professora Giselia Santos e do Nucleo de Capoeira do Nordeste de Amaralina (Nucana).

Para o presidente do Nucana, Denilson o convite para participação na caminhada “mostra a importância da capoeira junto ao povo de santo”:

“Fomos procurados por Rodrigo Coelho, consultamos o grupo e aceitamos logo de primeira. Vamos acompanhar o cortejo, levando pandeiro, berimbau,  jogar capoeira e promover aquela musicalidade que encanta a todos”.

“É importante porque mantém viva as nossas tradições religiosas. É também uma forma de protesto contra a intolerância religiosa e de mostrar a juventude negra a nossa ancestralidade que não está inseridas em sala de aula, no currículo escolar. Estaremos cantando e dançando junto à ala das baianas”, afirma a professora de dança afro-brasileira, Giselia Santos.

Tiago Queiroz
Tiago Queiroz
Graduado em Comunicação/Jornalismo, e exerce as funções de Editor e Coordenador de Jornalismo do Portal NORDESTeuSOU

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