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Ex morador do Nordeste de Amaralina vai assumir a direção do arquivo público do Estado da Bahia

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Jorge da Cruz Vieira, mais conhecido como “Jorge X”, será o mais novo diretor do Arquivo público do Estado da Bahia. O bacharel em Arquivologia pela Universidade Federal da Bahia, também será o primeiro diretor negro a passar pela instituição.
“Minha função primária dentro desse lugar é salvaguardar a história do povo da Bahia, pois sem passado a gente não compreende o presente e, por sua vez, não construímos o futuro”, enfatiza X, que é pós graduado em Direito Processual Civil e ocupou o cargo de vice presidente da Associação dos Arquivistas da Bahia

Ex-morador do Nordeste de Amaralina, “X” tem focado nas comunidades periféricas de Salvador, através da promoção de projetos na área da assistência e da previdência.

“Temos o Instituto Acesso, que é voltado para pessoas que tem necessidade na área do direito, na atuação extrajudicial. Desenvolvemos mutirões nas comunidades para orientar as pessoas que já possuem o direito de aposentadoria ou de obter benefício assistencial, mas não consegue romper a barreira da burocracia estatal para aferir os seus direitos”.

O novo diretor do Arquivo público do Estado da Bahia ressalta a contribuição do bairro onde nasceu e cresceu na sua formação profissional:

“Fui nascido e criado na Chapada do Rio Vermelho. Estudei no Manoel Devoto, no Alfredo Magalhães, e desde minha juventude, assim que adentrei a faculdade, tive um contato maior com os projetos sociais, como o Viva Nordeste. Foi um período riquíssimo. Fui fazer um trabalho de campo, de capacitação e depois disso não parei mais. Através do Instituto cultural Steve Biko, participei de um curso de liderança, voltei pra comunidade, criei um curso de capacitação pra concurso público e um curso profissionalizante de técnico de arquivo”, detalha.

Questionado sobre seu nome “artístico”, Jorge explica que o “X” atraído a seu nome em nada tem a ver com ativista afro americano Malcom X, como muitos entendem de imediato, mas sim “uma autodeclaração, promovida pelo rastreamento genético para saber sua ascendência africana”.

“Na Steve Biko, quando me dei conta do que é a consciência negra, eu quis anular meu nome ancestral, pois o “da Cruz” tem um simbolismo muito forte na colonização da Africa, onde a igreja católica qualificou a escravidão. Fiz o programa de rastreamento genético para saber minha ascendência africana, que é do país de Camarões, da civilização de “Ticá”, então utilizo o X como uma incógnita”, finaliza.

Oliver Almeida
Oliver Almeidahttp://nordesteusou.com.br
Formado em rádio/tv. Produtor por amor, jornalismo com vigor. Artista da dança, pois é o que me mantém vivo. Colaborador do Nordesteeusou e coordenador do Luisanselmoeusou.

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