Enquanto o mundo enfrenta os efeitos crescentes das mudanças climáticas, como ondas de calor, enchentes, queimadas e escassez de recursos, cresce também a urgência de repensarmos nosso modo de vida. A sustentabilidade, mais do que uma palavra da moda, tornou-se um imperativo para garantir o futuro das próximas gerações. E é justamente dentro da escola que se planta essa consciência.
Foi com esse objetivo que o Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Carlos Corrêa Menezes Santana (CEPSTI), localizado em Salvador, promoveu, no último dia 11 de julho, o projeto “Sustentabilidade e Meio Ambiente”. A atividade reuniu cerca de 800 alunos dos turnos matutino, vespertino e noturno, envolvendo os cursos técnicos de Análises Clínicas, Nutrição, Administração, Segurança do Trabalho e Informática.

Segundo o vice-diretor e professor Walter, o projeto foi idealizado pela coordenação pedagógica em conjunto com os docentes, que atuaram como padrinhos das turmas. “Cada curso escolheu uma parte do tema para trabalhar e encontrou formas simples e criativas de reaproveitar materiais e evitar danos ao meio ambiente, como o excesso de lixo ou o desperdício. Tudo foi feito com os recursos que já tínhamos na escola”, explicou. Durante o evento, as salas foram transformadas em espaços de aprendizado e criatividade, com apresentações sobre reciclagem de resíduos, reaproveitamento de alimentos e propostas sustentáveis aplicadas às áreas técnicas. Os trabalhos foram avaliados e valeram três pontos na média dos estudantes.
Para Carlos Alberto, de 32 anos, estudante do 2º módulo do curso Técnico em Segurança do Trabalho, participar do projeto foi uma experiência transformadora. “Aprendi a cuidar mais do meio ambiente e a entender como é importante preservar. Também vi que dá para reutilizar vários materiais que normalmente são descartados de forma errada. Além disso, trocar ideias com os colegas e professores foi muito enriquecedor”, disse. Carlos também destacou o valor do trabalho coletivo: “A parte que mais me marcou foi presenciar o desempenho de todos os envolvidos, desde o planejamento, desenvolvimento até as apresentações. Esse tipo de ação deveria acontecer em todas as escolas, públicas e privadas, para que mais pessoas aprendam a preservar o meio ambiente e a vida.”

O projeto foi além do que estava previsto no currículo e mostrou que a escola é um lugar para aprender de forma completa, envolvendo várias áreas do conhecimento, inclusive o lado social. Para o vice-diretor, um dos maiores ganhos foi observar o envolvimento dos estudantes e a qualidade das pesquisas desenvolvidas. “Foi um momento de aprendizado para todos. A partir das ações desse projeto, já começamos a implementar mudanças no espaço da escola, como a instalação de recipientes para coleta seletiva de resíduos plásticos, papelão e vidro”, informou. Com o sucesso dessa atividade, o CEPSTI já prepara seu próximo grande projeto interdisciplinar: uma ação sobre Consciência Negra, prevista para o dia 19 de novembro, que envolverá as áreas de Humanas, Linguagens e Saúde.
Em tempos de colapso ambiental e desigualdades sociais profundas, iniciativas como essa mostram que educar é também formar sujeitos conscientes do seu papel no mundo, capazes de pensar coletivamente, proteger a natureza e lutar por um futuro mais justo, solidário e sustentável.