Matéria feita pelo correio24horas
Eles estão na companhia do medo. Após a chacina que vitimou quatro motoristas de aplicativo em Mata Escura, os demais integrantes da categoria que rodam em Salvador estão apavorados. Alguns não entram em certos bairros. Em outros casos, só circulam na via principal.
Motorista de aplicativo há dois anos, André da Paixão 37, disse que não atende mais chamados para os bairros da Mata Escura, Jardim Santo Inácio, Tancredo Neves, Nordeste de Amaralina e Santa Cruz.
“Infelizmente nesses lugares eu cancelo. Nada vai pagar a minha vida. Enquanto nada de concreto for feito pelas autoridades vai ser assim. A gente vem trabalhando com medo”, disse.
George Pururuca, 45, também motorista, disse que só pega alguns passageiros em na via principal de bairros como Itapuã, Cajazeiras e Suburbana. “As pessoas não gostam, mas é preciso. Não entro em becos e vielas. Se não gostar, cancelo”, declarou.
É nessa época de Natal que as corridas ficam mais caras – o valor é dinâmico devido ao aumento da quantidade de chamadas.
Parados
Desde a última sexta-feira (13), data em quatro motoristas foram mortos, quem não está cancelando corridas, está deixando de rodar. O próprio Carlos contou que deixou de rodar desde sexta e que já tem um prejuízo de cerca de R$ 900.
Outra colega que quase não tem atendido chamadas é a motorista Elionai Moura, 36. Ela já amarga um prejuízo de mais de 70% da sua renda habitual desde as mortes.