Moradora do bairro da Santa Cruz, no Complexo Nordeste de Amaralina, a jovem Stephanie Ingrid, de 24 anos, foi selecionada como uma das 15 finalistas do tradicional concurso Deusa do Ébano 2026, que elege a Rainha do Ilê Aiyê. A primeira fase da seletiva foi realizada na Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê, no Curuzu. Ao todo, 122 mulheres negras, de diferentes regiões do país, se inscreveram no processo. A vencedora será conhecida durante a 45ª Noite da Beleza Negra, marcada para o dia 17 de janeiro.
Esta é a terceira participação consecutiva de Stephanie no concurso. Em 2025, ela conquistou o terceiro lugar, recebendo o título de princesa, e agora retorna ainda mais preparada e confiante para disputar a coroa. “Minha expectativa este ano é levar esse título para casa, para a minha comunidade. Hoje me sinto mais forte e determinada para alcançar o tão sonhado título de Deusa do Ébano”, afirmou.

Dançarina e capoeirista, Stephanie tem na própria família sua principal inspiração. Filha de Nadinho, professor de capoeira e ex-integrante do Balé Folclórico da Bahia, ela também integra atualmente o grupo, mantendo viva a tradição cultural herdada do pai.
“Eu serei a segunda Deusa do Ébano do Complexo Nordeste de Amaralina. Aqui tem arte, tem cultura. Almejo mostrar para o mundo esse lado do meu bairro e inspirar outras mulheres, principalmente da minha comunidade, a serem deusas assim como eu”, destacou.
Neste ano, o concurso traz como tema “Turbantes e cocares: a história de resistência dos povos afro e indígena”. Para Stephanie, a relação com o Ilê Aiyê transformou sua trajetória pessoal e social. “Sempre digo que existe uma Stephanie antes do Ilê e outra depois. Após o título de princesa, tive mais convivência com a instituição, o que me ajudou a ter uma nova postura diante da sociedade e a entender a importância de como a minha história pode impactar a vida de outras mulheres”, concluiu.




