por Betho Wilson
Olá meus amores, paz.
Carnaval passou e a gente mais uma vez teve que conter todo nosso frenesi no propósito de resguardar o que temos de melhor e mais precioso, a vida. Como habitualmente falamos: vida que segue! Então sigamos sem medo do que nos espera.
Imagino que todos estão sabendo do assunto do momento no mundo, a guerra no leste europeu entre a Rússia e Ucrânia. Honestamente não tenho a intenção e nem quero entrar nos aspectos que levaram o presidente russo ordenar suas tropas a invadir o país vizinho que já fez parte do território na antiga União Soviética, quero usar o conflito para ilustrar e comparar a nossa situação aqui no Brasil, na Bahia, em nossa cidade de Salvador e principalmente em nosso bairro.
Que o mundo com toda essa população gigantesca dividida em povos e suas culturas já vive em embates e combates a milênios não é nenhuma novidade, que esses combates geram milhares de mortes e põe fim, em alguns casos, a civilizações inteiras também não difere, e também, que na maioria das vezes guerras trazem muito forte e evidente a questão racial e social todo mundo está ligado. Com essa guerra de agora não tem sido diferente.
Podemos observar como esses fatos que parecem tão distantes de nós está, na verdade, super presente aqui no nosso dia a dia.
Está mais que claro que as guerras antes de acontecerem no campo de batalha tem seu início nas mídias onde fatos distorcidos e informações falsas são veiculadas e divulgadas para o público no intuito de formar opinião, dessa forma, o opressor sempre estará certo e com motivos lícitos para uma ação armada.
As mídias, parte fundamental nesse engrenagem, enfiam toda essa informação por horas, dias e meses até convencer as pessoas que aquele povo, objeto direto do ódio, pareça perigoso e assim não mereça nem mesmo compaixão.
Sim, Betho, onde isso tem a ver conosco aqui? Respondo-te agora.
Moradores que somos de bairros periféricos, ou suburbanos, em comunidades ou favelas, é sempre a gente que recebe todo a categoria de ação armada porque em nosso meio, segundo eles, está o mal social, somos o alvo de ações que termina quase sempre na morte de inocentes abatidos por engano ou por balas perdidas venham elas de que lado for, passamos boa parte de nossas vidas habituados ao medo que passa ser um companheiro assíduo no dia a dia de quem mora em locais desassistidos como o nosso.
Embora todo mundo saiba que nas áreas nobres existam muitos dos que financiam e promovem o ilícito, é nas comunidades que a guerra acontece.
Podemos ainda observar o mundo na totalidade e trazer conflitos abarrotados de mortes que acontecem nesse momento e que a mídia parece não ter conhecimento, a situação do Iemem, da Somália, a Palestina, Sudão, Síria.
Esses conflitos não têm destaque na grande mídia e nem a comoção das organizações de paz porquê? Você já pensou nisso? Procure essa resposta e vai entender exatamente o que acontece nas favelas do Brasil, pois a situação é a mesma.
É preciso entender o mundo ao seu redor para poder sobrepor toda a dificuldade imposta a nós e assim conquistar poder para si e para sua comunidade. Nada nesse mundo, abaixo de Deus, absolutamente nada é pensado para os mais pobres e desfavorecidos e se cada um não entender que estudar, em todos os sentidos, estudar para obter conhecimento e se libertar mentalmente do cabresto da má informação continuaremos refém dos poderosos e toda sua farsa.