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Jovem do Nordeste é destaque no G1 Bahia

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O episódio dos 15 anos foi um marco na vida de Gilselene. A partir daquele momento, decidiu que jamais voltaria a alisar o cabelo, e assim o fez. Entre erros e acertos, ela começou a trançar o cabelo de amigas e amigos do bairro e assim foi aprimorando aquela que viria a se tornar a forma de ganhar a vida. Mulher preta, moradora do Nordeste de Amaralina, Gilselene, 22, sempre precisou abrir portas na “marra”, mesmo dentro de casa. Ela usa tranças desde a infância, mas precisou aprender a fazê-las sozinha depois que esbarrou na resistência da mãe, que a convenceu a alisar os cabelos para uma festa de 15 anos.

“Dentro do padrão imposto naquela época, para minha mãe não seria legal uma jovem debutante com o cabelo trançado. Tentei resistir de todas as formas, porém, como a adolescência é uma fase em que conta muito a opinião dos outros, principalmente da nossa mãe, eu acabei permitindo”, contou.

“Eu nunca me adaptei ao padrão da sociedade. De repente, me vi necessitada de algo que me afirmasse, foi então que soube da possibilidade de mudar dentro daquilo que me pertence. Então, as tranças, para mim, é pertencimento”, diz Giselene.

Giselene Araújo abriu o Studio Preta Que Trança, no Nordeste de Amaralina — Foto: Itana Alencar/G1

“Hoje, para mim, o cabelo afro, as tranças, é a minha maneira de ganhar a vida. Eu saí da casa da minha mãe, eu moro com meu filho, me sustento das tranças, então a importância de empreender está nisso, em você conseguir ter a sua renda fazendo o que te faz bem. Isso para mim é motivo de muito orgulho”, afirma.

Gilselene não sabe ao certo quantos estilos de trança já fez na cabeça das pessoas que passam pelo salão, mas estima que seja algo em torno de 80, sendo que, muitas vezes, o cliente chega com uma ideia diferente de tudo que ela já viu e acaba saindo do salão com um penteado personalizado.

Um penteado, quando mais sofisticado, pode durar até oito horas. Entre uma trança e outra, Gilselene aproveita para conversar com os clientes sobre questões como identidade e resistência.

“As tranças têm muita história na diáspora negra, que é de onde eu tiro minha maior inspiração e fonte de propriedade para trabalhar. Então, não é só pesquisar o modelo que está em tendência no momento. É entender de onde veio aquilo”, destaca Giselene.

Confira a Matéria completa clique aqui.

Redação NES
Redação NES
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