Para alguns, músicas de baixaria, para outros, apenas barulho, mas na periferia, é a potência do som que ecoa de dentro das comunidades de Salvador, indo muito além dos paredões. É a cultura de uma determinada parcela da população que encontra nos paredões e no pagodão um momento de lazer e até uma fonte de renda. Este artigo é dedicado a dois grandes nomes dessa legião de pagodeiros. De um lado, o GG: grande em tamanho, grande em humildade e grande em representar toda uma massa. Nascido na Boa Vista do Lobato, de onde nunca deixou de exaltar a sua comunidade, Léo Santana, o GG da Bahia, na noite deste domingo foi o grande destaque do palco do Fantástico nos estúdios Globo no Rio de Janeiro, palco onde já passaram nomes como Cazuza, Renato Russo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre outros gigantes da música brasileira. Pela primeira vez, o pagodão raiz da periferia foi o destaque no Show da Vida.
Ainda neste final de semana, no Lollapalooza BR, realizado em São Paulo, outro grande pagodeiro baiano, oriundo da periferia de Camaçari, onde vendia abará em sua bicicleta para ajudar a família, também se destacou: Danley, mais conhecido como “Kannalha”, brilhou em um dos maiores festivais de música do mundo. Danley posou ao lado de Gilberto Gil… Para muitos, isso pode até não significar muito, mas para um jovem negro representante de um movimento musical bastante criticado, é uma virada de chave, uma nova oportunidade e incentivo para quem está chegando agora. Tanto Léo quanto Dan são representantes natos das nossas comunidades e exemplos para a juventude do gueto.
É difícil ver uma música feita dentro da periferia ganhar destaque nacionalmente… Infelizmente, o racismo musical ainda é forte, mas ao ocupar alguns espaços, vamos mostrando quem somos nós!
VIVA O PAGODÃO DA BAHIA!