O descaso do poder público com o Complexo Nordeste de Amaralina é notório e histórico. Embora não seja novidade, também não deixa de ser revoltante. Uma notícia veiculada ontem aqui no Nordesteusou, sobre a ausência de um ponto de testagem para Covid-19 na região reacendeu o debate sobre o ineficaz serviço de saúde fornecido pela Prefeitura de Salvador e a real necessidade de implantação de uma Unidade de Pronto Antendimento 24 horas (UPA) que atenda os moradores do Nordeste, Vale das Pedrinhas, Chapada do Rio Vermelho e Vale das Pedrinhas.
O Complexo Nordeste de Amaralina tem aproximadamente 100 mil habitantes. Esse número por si só já justificaria a instalação de uma UPA 24 horas na região. Somado a isso, a pobreza e suas inúmeras conseqüências. Para os que aqui residem, adoecer é sinônimo de desespero. Crianças e idosos, ambos pertencentes ao grupo de maior vulnerabilidade, precisam ser deslocados sempre às pressas para bairros vizinhos. Acrescente a isso o péssimo serviço de transporte e ao longo tempo de espera nos hospitais, sempre lotados.
Aqui temos quatro unidades de saúde, sendo que nenhum oferece o serviço de pronto socorro. O Adriano Pondé, em Amaralina. A USF Menino Joel e Sabino Silva, ambos no Nordeste. A UBS Osvaldo Caldas Campo, na Santa Cruz. E por fim, o Multicentro Vale das Pedrinhas. Com algumas exceções, aqui ou acolá, todos deixam bastante a desejar. Sobram reclamações e denúncias.
Politicagem – No mesmo compasso do descaso e das reclamações, temos a politicagem, velha conhecida dos moradores do Complexo Nordeste de Amaralina. Eleito em 2020 com 2.580 votos na região, o vereador Luis Carlos (Republicanos), hoje secretário de Infraestrutura de Bruno Reis (DEM), simplesmente optou em virar a cara para aqueles que ajudaram a lhe eleger. Assim como ele, tantos outros, que mancomunados com a Prefeitura, preferem ludibriar a população com pequenas obras, que não deveriam ser mais do que obrigação da gestão municipal.
Nós, moradores da região, precisamos nos entender como agentes transformadores dessa realidade. Afinal como dizia Martin Luther King: “Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam”.