Os muros do Colégio Estadual General Dionisio Cerqueira, na Santa Cruz, estão de cara nova. Agora, além de homenagear a Professora Clarice Pereira – falecida em 2020 -, a grafitagem celebra também outros mestres da rede pública, os funcionários do recinto e um legado de conscientização preta.
A arte urbana apresentada nos muros contribui para conscientização dos alunos, é o que observa a diretora Ilca Guimarães.
“Eu sou uma professora antirracista e trago isso para minha prática. Eu sou fruto de um relacionamento interracial e o meu processo de me descobrir negra foi muito grande. Eu tenho consciência do quanto isso impacta as nossas – do povo negro e pardo – subjetividades. Trazer um muro com professores negros e estudantes negros prega o amor preto. Tudo isso é um resgaste de ancestralidade, de origem, de pertencimento, de identidade e sim, do combate ao racismo”, conta.
Cores e traços que encantam e dialogam. Mais do que isso, são formas lúdicas que, além de hipnotizar, têm a função também de educar. “A educação e a arte elas cumprem um papel extremamente importante: que é de conscientizar, que é de restabelecer essas subjetividades, que é de conscientizar, de informar que o racismo existe e que o genocídio negro bate com força nas nossas comunidades.”, finaliza a diretora Ilca Guimarães.
Se esse tipo de resgate sempre foi necessário, nos tempos atuais se tornou imprescindível.