Séo Fernandes se converteu em 2005, quando ainda era cantor da banda Chica Fé, quando assumiu o lugar do seu irmão Saulo, que estava de partida para a banda Eva. O músico, pastor e compositor coleciona mais de 45 mil seguidores na sua conta no Instagram e quase 70 mil inscritos no seu canal no YouTube. ” Eu não deixei a banda por ter me convertido, mas porque eu já não acreditava no projeto, fiquei quase cinco anos sem cantar, apenas me dedicando a pregação do Evangelho”, reflete.
Segundo o artista por uma intervenção divina nasce o álbum “Graça, Tambor e Cordas”. “No ano de 2015 me encontrei com Cara de Cobra( percursionista de Ivete Sangalo e produtor musical) e Wilton Mendes( guitarrista e produtor musical )um acampamento de Carnaval, decidimos sentar pra conversar e eu já tinha algumas músicas que eu compunha para a comunidade, pois eu me tornei pastor pra ajudar na assimilação da mensagem, e ali, decidimos gravar esse disco que faz uma mensagem”, explica.
Questionado pela nossa reportagem qual gênero musical faz parte, ele alerta: “Eu sinceramente sou contra rótulos, a arte precisa de liberdade, não me sinto cantor gospel, eu também nunca me rotulei desta forma. Eu quero cantar e acredito na mensagem do Evangelho, quero poder falar sobre ela, mas também sobre outras coisas, como questões sociais, racismo, violência, a paz no mundo, abuso sexual, buscar usar esse dom divino que eu recebi para comunicar a mensagem de liberdade em todas as áreas, e isso engloba a mensagem do Evangelho, mas eu quero falar com a sociedade, falar com a humanidade, assim como um dia Maicon Jackson e Bob Marley falaram, mas agora contendo uma mensagem do apóstolo Paulo. É como a gente diz na música maravilhosa graça, como diz o rap Coscarque que participou e descreveu “Sobrevivi ao que eles dizem sobre minha cor, nagô, nego e origem, peguei a visão, ele não faz acepção, me convidou pra ceia, Deus é, Negao”, ou seja, minha música tem a mensagem de Paulo, mas também a de Mandela, dois prisioneiros por uma causa, sendo isso que a gente que fazer sem rótulo, similitar apenas um estilo ou público”, salienta.
Seo fala sobre sua relação com a comunidade do Nordeste de Amaralina: “Eu estou cheio de expectativa porque eu tenho uma história com o Nordeste de Amaralina, pois fui criado ao lado em Amaralina e sempre tive uma convivência no Nordeste, além disso, meus melhores amigos são daí, jogava bola na praia”, relembra.
Ainda de acordo com o artista foi através do Nordeste que nasceu a paixão pela percussão:“ Um tio que me apresentou o Olodum, Timbalada, as bandas percussiva da época, então pra mim é uma experiência pessoal, é o retorno a minha origem, já estou ansioso que chegue logo sábado para está aí, tocando, e além disso, a questão espiritual de está, profetizando e orando pelo lugar/ região, que eu tenho esse apego tão grande, para mim é uma dupla alegria ”, finaliza.
